- A Tesla cortou os preços dos carros na China por causa da concorrência e provocou uma queda de 6% nas ações
- No país, a empresa enfrenta a concorrência de empresas como BYD, SAIC Motor e Nio
- Os investidores têm se preocupado a respeito de problemas que a Tesla enfrentou para aumentar a produção em novas fábricas
A Tesla cortou no último dia 24 os preços dos carros que vende na China, sinalizando uma intensificação na competição no maior mercado automobilístico do mundo, o que provocou uma queda nas ações da empresa. O website em língua chinesa da Tesla passou a oferecer o sedan Model 3, ao preço inicial de 265.900 yuan, ou US$ 36.600, incluindo subsídios do governo, uma redução de 5%. O SUV Model Y foi anunciado a 288.900 yuan, um corte de 9%.
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As ações da Tesla caíram, então, mais de 6% antes de uma leve recuperação, enquanto os cortes nos preços reforçaram temores entre investidores de que a rentabilidade da empresa e sua dominância no mercado de veículos elétricos estão ameaçadas pela diminuição no ritmo de crescimento da economia e por maior competição. Até recentemente, a forte demanda por carros Tesla permitia à empresa aumentar os preços frequentemente.
Na China, a Tesla enfrenta a concorrência de empresas como BYD, SAIC Motor e Nio, que também tentam ocupar o mercado europeu com veículos elétricos mais baratos. O governo chinês tem promovido seus fabricantes de veículos elétricos e baterias, considerando a mudança na tecnologia uma chance de entrar em mercados globais e afrontar fabricantes japoneses, alemães, coreanos e norte-americanos.
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Apesar da China possuir o maior mercado consumidor de automóveis do mundo, os fabricantes chineses são jogadores menores no restante do planeta. Os investidores monitoram atentamente o desempenho da Tesla na China porque veem muito mais potencial de crescimento no país em comparação com Europa ou Estados Unidos.
As ações da Tesla chegaram a cair 12% após o 26 de outubro, quando a empresa informou rendimentos no terceiro trimestre que decepcionaram Wall Street. Apesar de seus ganhos terem dobrado no terceiro trimestre em relação ao ano anterior, para US$ 3,3 bilhões, os investidores esperavam mais.
Eles têm se preocupado a respeito de problemas que a Tesla enfrenta para aumentar a produção em novas fábricas próximas a Austin, Texas, e Berlim. “Aumentar a produtividade leva tempo”, disse a Tesla aos investidores.
Para os compradores de carros, os cortes de preço da Tesla na China poderiam ser boa notícia. Modelos elétricos populares, como Ford Mach-E, Hyundai Ionic 5 ou Volkswagen ID.4, têm sido difíceis de encontrar e há relatos de revendedores exigindo milhares de dólares a mais do que os preços de varejo sugeridos pelos fabricantes.
O mercado pode estar mudando à medida que os fabricantes produzem mais carros porque enfrentam menos problemas nas cadeias de fornecimento e o juros em alta reduzem a demanda por aumentos acentuados das mensalidades dos financiamentos dos veículos.
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Os tempos de espera para conseguir um Tesla novo já têm diminuído, em parte porque a empresa conseguiu aumentar a produção em sua fábrica em Xangai, que havia diminuído em razão dos lockdowns decorrentes da pandemia de Covid-19.
O website da Tesla em língua chinesa diz aos potenciais clientes que eles podem receber um Model Y em até uma semana. Já o website norte-americano da montadora diz aos compradores que eles podem conseguir um Model 3 ainda este mês. Anteriormente, os clientes da Tesla tinham de esperar vários meses pelos carros.
*Tradução de Augusto Calil