A economista-chefe do Credit Suisse no Brasil, Solange Srour, disse nesta segunda-feira (21) que o desenvolvimento da questão fiscal vai determinar o cenário de inflação, juros e crescimento no País e não apenas em 2023, mas potencialmente em 2024 e adiante. Ela participou de webinar organizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
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“Eu trabalho com um cenário básico ainda de que, no primeiro ano, esse governo novo vai tentar resgatar essa credibilidade. Caso o meu cenário básico não aconteça, acho que o cenário alternativo vai ser bem negativo. A gente vai ter de revisar crescimento para baixo, inflação para cima e política monetária voltando a apertar”, disse.
Durante a sua fala, a economista lembrou que em 2023 há risco de recessão nos Estados Unidos e de desaceleração forte da atividade na China, com um ambiente internacional desfavorável para o País. O cenário básico do banco já contempla uma recessão na zona do euro. Srour acrescentou considerar que a reforma tributária não deve ser vista como uma possível solução para o problema fiscal, com um aumento da carga de impostos que possa financiar os gastos. Ela lembrou que esse cenário poderia levar a um quadro de menos emprego e redução do crescimento potencial do Produto Interno Bruto (PIB), em um momento em que o País já está atrás na agenda de reformas.
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Também presente no webinar, o superintendente da ASA Investments e ex-secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, alertou que o aumento dos juros no cenário internacional pode acentuar a “peculiaridade perversa” da dívida brasileira, mais alta e mais cara do que a dos pares.