O dólar operou em forte baixa ante boa parte das moedas globais nesta sexta-feira, após o relatório de emprego dos Estados Unidos, o payroll, de dezembro suscitar esperança de que a maior economia do planeta conseguirá superar o quadro inflacionário sem um impacto significativo sobre o mercado de trabalho – cenário conhecido como “pouso suave”.
A criação de 223 mil vagas nos EUA superou as expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que esperava geração de 210 mil postos, segundo a mediana das estimativas. Por outro lado, o crescimento do salário por hora veio abaixo das previsões.
“O Federal Reserve (Fed) permanecerá em seu curso de aperto, mas os riscos de mais altas na primavera do Hemisfério Norte estão diminuindo à medida que cresce o otimismo de que as pressões salariais continuarão caindo”, resume o analista Edward Moya, da Oanda.
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Nesse ambiente, dirigentes do Fed evitaram descartar uma desaceleração no ritmo de alta de juros. Hoje, o presidente da distrital de Atlanta do Fed, Raphael Bostic, afirmou que poderia apoiar um aumento de 25 pontos-base na taxa básica, a depender da evolução do emprego. “Se eu começar a ver sinais de que o mercado de trabalho está começando a relaxar um pouco em termos de aperto, então posso me inclinar mais para 25 pontos-base”, disse.
Os dados do payroll induziram um clima de busca por risco nas mesas de operações internacionais, que ajudou a cessar a recente valorização do dólar . O índice DXY, que mede a moeda americana ante seis rivais fortes, fechou em baixa de 1,11%, a 103,879 pontos, mas avançou 0,34% na semana. Perto do fechamento das bolsas de Nova York, o euro avançava a US$ 1,0648 e a libra, a US$ 1,2095.
Apesar disso, analistas da Capital Economics ainda veem a queda do dólar como temporária. “Nossa expectativa central continua sendo que o dólar se recuperará à medida que a economia global entrar em recessão e a demanda por ativos de segurança substituir os diferenciais das taxas de juros como o principal impulsionador do dólar”, ressaltam.