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Grandes bancos se preparam para uma recessão prolongada

Queda drástica nos resultados trimestrais aponta que o pior ainda está por vir

Grandes bancos se preparam para uma recessão prolongada
(Foto: Reuters)
  • A recessão marca o primeiro grande teste de resiliência do setor bancário desde a última crise financeira, quando o resgate dos bancos custou bilhões aos contribuintes
  • As perspectivas mais pessimistas das instituições surgem à medida que milhões de pessoas ficam sem trabalho e milhares de pequenas empresas fecham suas portas para sempre

(Renae Merle/ WP Bloomberg) – A recessão provocada pelo coronavírus será mais profunda e mais longa do que o esperado inicialmente, de acordo com três grandes bancos que relataram quedas drásticas nos lucros trimestrais na terça-feira (14).

Em vez de uma rápida recuperação econômica no final deste ano, o JPMorgan Chase agora espera que a recessão seja “muito mais prolongada”, disse Jennifer Piepszak, diretora financeira do banco. “Nossa visão da duração e gravidade da crise econômica se deteriorou consideravelmente” desde o início deste ano, disse Charlie Scharf, CEO do Wells Fargo. O Citigroup disse, em comunicado, que estava se preparando para “um nível mais alto de estresse e ou uma recuperação econômica um pouco mais lenta”.

As perspectivas mais pessimistas dos bancos surgem à medida que milhões de pessoas ficam sem trabalho, milhares de pequenas empresas fecham suas portas para sempre e alguns estados começam a fechar pela segunda vez para conter a disseminação do coronavírus.

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A recessão marca o primeiro grande teste de resiliência do setor bancário desde a última crise financeira, quando o resgate dos bancos custou bilhões aos contribuintes. Desta vez, a indústria financeira diz que o problema é muito mais forte.

Mas, no mês passado, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) impôs novas restrições sobre o gasto dos maiores bancos do país, com o objetivo de proteger o sistema financeiro dos riscos decorrentes da pandemia de coronavírus. Uma análise feita pelo Fed sobre as finanças dos bancos mostrou que eles estão em boa forma agora, mas que alguns podem enfrentar os piores cenários da recuperação econômica.

O JPMorgan Chase e o Wells Fargo disseram na terça-feira (14) que reservariam US$ 8,9 bilhões e US$ 8,4 bilhões, respectivamente, para clientes que começarem a deixar de pagar seus empréstimos ainda este ano. O Citigroup aumentou suas reservas para devedores duvidosos para US$ 7,9 bilhões.

O JPMorgan Chase, o maior banco dos Estados Unidos, disse que seu lucro trimestral caiu mais de 50%, para US$ 4,7 bilhões, ao aumentar suas reservas. Mas a volatilidade do mercado ajudou a impulsionar os negócios comerciais do banco, que registraram um salto recorde de 79% na receita trimestral, para US$ 9,7 bilhões.

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“Esta não é uma recessão normal”, disse Jamie Dimon, executivo-chefe do banco, ena conferência de imprensa. “A renda dos consumidores aumentou, as economias aumentaram e os preços dos imóveis subiram”, disse ele. “A parte recessiva” virá mais tarde.

Os últimos três meses foram mais difíceis para o Wells Fargo. O banco registrou sua primeira perda trimestral, US$ 2,4 bilhões, em mais de uma década e disse que sua receita caiu para US$ 17,8 bilhões, em comparação com US$ 21,6 bilhões no mesmo período do ano anterior.

Em um sinal da tensão financeira que o banco de São Francisco enfrenta, o Wells Fargo disse que cortaria seus dividendos trimestrais para US$ 0,10 por ação, ante US$ 0,51 por ação. “Acreditamos que é prudente ser extremamente cauteloso até vermos um caminho claro para uma ampla melhoria econômica”, afirmou Scharf.

Os lucros do Citigroup caíram mais de 70%, para US$ 1,32 bilhão no segundo trimestre, em comparação com US$ 4,8 bilhões no mesmo período do ano passado. A receita aumentou cerca de 5%, para US$ 19,8 bilhões. Essa é uma “situação sem precedentes”, disse Michael Corbat, CEO do Citigroup, acrescentando que o banco estava “preparado para uma variedade de cenários”.

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