O Ibovespa contrariou as bolsas de Nova York e os demais ativos domésticos e encerrou o dia com ganho de 0,71%, aos 112.228,39 pontos, a segunda alta consecutiva no fechamento. Enquanto a queda dos preços do petróleo pesou sobre os papéis da Petrobras, empresas ligadas a commodities metálicas tiveram desempenho positivo e ajudaram a sustentar o índice. A recuperação dos papéis de bancos, prejudicados nos últimos pregões pela crise das Americanas, também deu fôlego à Bolsa brasileira hoje.
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Na manhã, dados de atividade e inflação ao produtor mais fracos do que o esperado nos Estados Unidos reforçaram a expectativa de desaceleração do ritmo de aperto monetário no país e levaram o índice a operar acima dos 113 mil pontos, até a máxima de 113.306,24 pontos (+1,68%), alcançada às 12h45. Mas, no período da tarde, o temor de que os indicadores prenunciem uma recessão prevaleceram e levaram a uma queda das bolsas dos Estados Unidos, que limitaram o desempenho do Ibovespa.
O cenário doméstico também contribuiu para reduzir o ímpeto da Bolsa brasileira, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciar a criação de um grupo interministerial para elaboração de uma política de valorização do salário mínimo. Em evento com sindicalistas para discutir o tema, o petista defendeu que o piso salarial tem de crescer de acordo com a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) e reiterou a promessa de aumentar a faixa de isenção do Imposto de Renda para abarcar quem recebe até R$ 5 mil.
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“Vários ativos globais pioraram principalmente depois do meio dia, refletindo também o discurso do presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, que sugeriu que, se o Fed for errar, vai errar do lado de apertar demais a política monetária”, nota o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi. “Houve uma azedada a nível global, mas as falas de Lula quanto ao salário mínimo sinalizaram maior intervenção na economia e uma nova piora na perspectiva fiscal e fizeram acelerar a tendência do exterior.”
Esse cenário enfraqueceu o Ibovespa, mas não foi suficiente para impedir que a Bolsa brasileira registrasse o segundo dia seguido de ganhos. A expectativa pela reabertura da economia chinesa manteve o vetor positivo para o minério de ferro e beneficiou as empresas relacionadas às commodities metálicas, com destaque para Vale (+1,31%), Gerdau (+3,28%), CSN (+3,16%) e Usiminas (+2,39%).
Os papéis dos bancos também mantiveram a tendência de recuperação, amparados pelo fluxo de capital estrangeiro que retornou à Bolsa brasileira após os temores com a exposição das empresas à Americanas. O índice setorial financeiro encerrou o dia em alta de 1,32%, liderado por Santander (+2,78%) e BTG Pactual (+2,21%), que garantiu na Justiça o bloqueio de R$ 1,2 bilhão em recursos da varejista.
Na ponta negativa do índice, as quedas de 0,81% do petróleo WTI para fevereiro e de 1,09% do Brent para março penalizaram os papéis da Petrobras, que cederam 1,76% (PN) e 1,28% (ON), enquanto o mercado aguarda detalhes sobre a reunião do futuro presidente da empresa, Jean Paul Prates (PT), com diretores da petroleira hoje.
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