De acordo com o advogado Daniel Gerber, que representa os minoritários, a petição pode levar ao bloqueio judicial dos bens de diretores da empresa e uma futura reparação dos danos financeiros causados aos investidores. As “inconsistências financeiras” reportadas pelo ex-CEO Sergio Rial não apareciam nos balanços trimestrais, o que teria induzido investidores a acreditar que a empresa estava em uma situação de endividamento muito menor do que a real.
“Com este cenário de provável fraude contábil derivada de gestão fraudulenta, os mais de 146 mil acionistas minoritários da Americanas (AMER3) que acreditaram na solidez e na confiabilidade da governança corporativa do Grupo, na competência e honestidade das auditorias realizadas pela empresa PWC (PricewaterhouseCoopers), assim como em todas as informações disponibilizadas aos investidores na central de resultados da empresa, viram seu patrimônio reduzido a pó”, diz o documento obtido pelo Estadão.
Gerber diz que os acionistas de referência da Americanas provavelmente tinham conhecimento sobre o rombo nas finanças da varejista. O trio emitiu apenas um comunicado público desde que o caso veio à tona e, entre outras coisas, afirmou desconhecer as inconsistências contábeis que levaram a varejista a uma recuperação judicial em poucos dias, com uma dívida de R$ 41 bilhões.
O Ministério Público irá avaliar a petição para dar andamento no processo.