- O jogador de futebol americano Tom Brady anunciou nesta quarta-feira (01) a sua aposentadoria pela segunda vez, em menos de um ano
- De acordo com especialistas consultados pelo E-Investidor, a meta de se aposentar aos 45 anos, como Tom Brady, é arrojada e exige a realização de investimentos desde cedo
- Mas certos passos de planejamento financeiro podem ajudar a alcançar o objetivo
Tom Brady anunciou nesta quarta-feira (01) a aposentadoria do futebol americano pela segunda vez. Em fevereiro de 2022, o esportista já havia comunicado a mesma decisão, mas voltou atrás algumas semanas depois.
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O astro tem atualmente 45 anos e um patrimônio estimado em US$ 333 milhões (cerca de R$ 1,7 bilhão) após a temporada de 2022, segundo o jornal New York Post. Iniciando a carreira no draft de 2000 da NFL para jogar pelo New England Patriots, ele acumulou ao longo de sua trajetória sete títulos de Super Bowl.
Para muitos brasileiros, o sonho de alcançar uma aposentadoria aos 45 anos parece improvável. De acordo com um levantamento realizado com 800 pessoas pela SuperRico, plataforma de planejamento financeiro, apenas 12% dos entrevistados afirmam saber exatamente o valor que precisariam poupar para assegurar uma estabilidade financeira no futuro. A maioria dos respondentes (63%) disse ter apenas alguma ideia, enquanto 25% não sabem o quanto precisam reservar para a aposentadoria.
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Aí entra a importância do planejamento financeiro com técnicas que asseguram mudanças consistentes e inteligentes para adequações ou mesmos correções de caminhos. “Um bom planejamento também dá a perspectiva de falar alguns ‘nãos’ e outros ‘sins’. Em todos os sentidos, a figura do planejador financeiro é essencial para apontar as relações de renda e gastos, poupança e investimentos e as proteções financeiras para viver o hoje e o amanhã”, afirma Carlos Castro, CEO da SuperRico.
Em relação às fontes de renda para a aposentadoria, a maioria (49%) acredita que elas estarão associadas ao dinheiro guardado ao longo da vida, 21% apostam no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o restante acredita em lucros vindos de negócios próprios, previdência privada e aluguel de imóveis.
De acordo com especialistas consultadas pelo E-Investidor, a meta de se aposentar aos 45 anos, como Tom Brady, é bastante arrojada e exige a realização de investimentos desde cedo. Mas certos passos de planejamento financeiro podem ajudar a alcançar o objetivo.
Confira 5 dicas para garantir uma boa estabilidade financeira no futuro:
1 – Foque na fase de acumulação de patrimônio
Para Fernanda Melo, planejadora financeira CFP pela Planejar (Associação Brasileira de Planejamento Financeiro), na hora de começar a investir, opte por modalidades a longo prazo.
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“Um erro comum de quem pensa em viver de renda é investir em produtos que geram retorno no momento presente. Escolhendo receber juros semestrais, você recebe rendimentos a cada seis meses, o que vai diminuindo o bolo investido. E, eventualmente, o investidor acaba pagando mais no Imposto de Renda (IR) por resgates picados”, sinaliza.
2 – Comece logo
Quanto maior for o tempo destinado ao investimento na aposentadoria, menor será a quantia mensal que a pessoa precisará reservar do seu orçamento para esse fim. De acordo com Florence Corrêa, planejadora financeira CFP pela Planejar, começar rápido também ajuda a garantir maiores recursos para a vida futura.
“Quanto mais tarde se inicia, maiores as chances dessa conta não fechar e você corre dois riscos: o de ter que adiar a aposentadoria ou de ter que viver com menos dinheiro do que gostaria”, afirma.
Dessa forma, vale começar a pensar na aposentadoria, mesmo se ainda não estiver recebendo um grande salário ou outros meios de ganho.
3 – Diversifique a carteira
Buscar ativos descorrelacionados protege os investidores de possíveis choques que possam vir a comprometer uma modalidade em específico. Para Wanessa Guimarães, sócia da HCI Invest, as pessoas devem acompanhar as opções escolhidas ao longo do tempo.
“Independente do recurso estar indexado à inflação ou não, ele deve ter uma rentabilidade acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ao longo da vida, o investidor deve acompanhar se a multiplicação desse investimento está alinhado ao seu objetivo, por isso é importante realizar revisões anuais”, indica.
Disciplina também é um fator essencial para quem quer se aposentar cedo. Muitas tentações de realizar outros gastos alternativos podem surgir pelo caminho, mas o foco deve se concentrar no projeto a longo prazo.
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Para evitar que imprevistos, como despesas médicas, obriguem a pessoa a gastar uma parte do valor que está sendo acumulado para a aposentadoria, vale construir uma reserva de emergência, apostando em ativos de baixo risco e liquidez imediata.
4 – Analise o seu padrão de vida
Como se aposentar aos 45 anos é uma meta arrojada, os investidores precisam realizar aportes mensais mais elevados. Nesse sentido, há a necessidade analisar o padrão de vida no momento, para estimar qual porcentagem do patrimônio deve ser reservado para o futuro.
“O ideal é ter uma vida adequada ao seu nível de renda, independente de quanto seja. Uma recomendação geral é destinar 70% para o momento presente e 30% para o futuro. No geral, investir é abdicar de parte do consumo presente em prol de retornos posteriores”, diz Melo, da Planejar.
5 – Estime os gastos do futuro
Com a ampliação da expectativa de vida, as pessoas precisam considerar as despesas extras que irão surgir na velhice, como planos de saúde e gastos na farmácia. Pensar nisso, é fundamental para não passar dificuldades no futuro.
Vale então refletir sobre o estilo de vida que se pretende ter na aposentadoria, traduzido isso em valores para as despesas mensais necessárias. A partir desse planejamento, será possível calcular quanto você precisa juntar em investimentos até o momento de interromper seus rendimentos no trabalho.
“Na posse desses valores estimados, pode ser feito um cálculo de quanto é necessário poupar, mês a mês, até esse dia chegar. Em resumo, entender seus planos e traduzi-los para números vai possibilitar que seja traçada uma estratégia, que deverá ser seguida durante todo o processo de acúmulo”, finaliza Corrêa, da Planejar.