- Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira têm menos representação na Ambev do que em outras empresas das quais são acionistas
Inconsistências contábeis são menos prováveis de acontecer na Ambev (ABEV3) do que na Americanas (AMER3) por conta da estrutura de gerenciamento da empresa, que dilui mais a participação do trio de acionistas e suaviza sua gestão na fabricante de bebidas. É o que dizem os analistas do Citi, em relatório.
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Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira têm menos representação na Ambev do que em outras empresas das quais são acionistas.
De acordo com dados da Citi Research, setor de pesquisa do próprio banco, eles são donos de respectivamente 9,7%, 4,9% e 4% de participação na AB-Inbev, controladora da Ambev. Juntas, suas fatias somam 19%. A holding Eugènie Patri Sébastien tem uma fatia maior da empresa: 23.3%.
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Na Americanas, o trio detém participação de 29%. Em 2021, a fatia na varejista era ainda maior: correspondia a 51% do negócio. Na Restaurant Brands, controladora do Burger King, a participação do trio atualmente é de 29%. Em 2015, equivalia a 47%.
A fatia dos acionistas na Kraft Heinz é ainda menor do que a da AB Inbev e corresponde a 8%. Em 2018 o trio era dono de 24% da empresa de alimentos.
Além da menor participação do trio na estrutura de acionistas, a presença de empresas como Grupo Modelo, SABMiller e Interbrew na diretoria da fabricante de bebidas suaviza o estilo de gestão do trio, conhecido pela busca agressiva por alguns indicadores chave de desempenho (KPIs) do negócio e por remunerar mais o funcionário que consegue atingir essas metas.
A gestão do trio também é diluída no conselho de administração da AB-Inbev: de um total de 15 conselheiros, apenas quatro representam os sócios da 3G.