Os especialistas dividiram ontem um painel chamado “Investir é para todo mundo” no primeiro dia do Smart Summit 2023, que acontece até esta sexta-feira (2) no Rio de Janeiro. Nele, os executivos defenderam a importância dos assessores de investimento como um profissional que pode auxiliar investidores a tomarem boas decisões de alocação sem conflitos de interesses por trás, situação que, segundo eles, acontece com gerentes de bancos que tendem a oferecer apenas os produtos das instituições em que trabalham.
“Há 5 anos, 6 anos atrás, os bancos só vendiam os seus próprios produtos. O assessor veio para isso, para que por meio dele o investidor pudesse ter acesso a diferentes opções”, destacou Samyr Castro, fundador e CEO da InvestSmart. “Eu só vou ficar satisfeito quando todo brasileiro tiver acesso a um assessor de investimentos. Mas 85% ainda está na mão dos grandes bancos”, disse. Atualmente a InvestSmart tem cerca de 800 assessores, mas a meta, segundo falado no painel, é chegar a 3 mil até o final de 2025.
A batalha entre as duas profissões é antiga no mercado e vai ganhando força à medida que novas empresas financeiras passam a oferecer outras formas de acessar produtos de investimento. Leia mais em Assessor de Investimento x Gerente: a batalha de dois modelos de negócio.
Guilherme Benchimol, fundador da XP, concordou que formar mais e melhores assessores de investimento é o caminho para atender de forma mais completa os investidores, de acordo com o perfil de cada um. “O trabalho do assessor é como se fosse de um médico, uma atividade de longo prazo que quanto mais experiente você fica, mais as pessoas confiam em você e mais você cresce. Tem quem cobre uma taxa anual ou por cada transação, é em função disso que um assessor se remunera”, explica. “Qualquer comissão precisa ser transparente com o investidor. A gente não pode fazer aquilo que os bancos se acostumaram a fazer por tanto tempo antes”, disse.