O presidente do Conselho de Estabilidade Financeira (FSB, na sigla em inglês), Klaas Knot, afirmou em carta ao G20 que, embora haja expectativa de um “pouso suave” para a economia global, o cenário de aumento dos níveis e custos da dívida em alguns mercados-chave pode representar uma ameaça à estabilidade financeira.
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Na mensagem, Knot destacou que as perspectivas para a estabilidade financeira permanecem desafiadoras, com inflação superando a meta em muitos países, e que as condições financeiras estão hoje mais apertadas hoje do que no ano passado. “Apesar da flexibilização recente, as condições financeiras globais estão significativamente mais apertadas do que no ano passado e podem sofrer mais aperto nos próximos meses. O crescimento econômico tem desacelerado acentuadamente nos últimos meses”, afirmou.
Além de apresentar o trabalho do FSB em 2023 para monitorar essas vulnerabilidades, a carta apresenta três “prioridades-chave” do órgão para o ano, a partir de relatórios que o FSB irá apresentar na próxima reunião do G20, nos dias 24 e 25 de fevereiro: a intermediação financeira não-bancária; criptoativos e finanças descentralizadas e pagamentos internacionais.
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Na intermediação financeira não-bancária, Knot destaca o relatório do FSB sobre a estabilidade financeira do mercado de commodities. Na avaliação do órgão, foram identificadas uma série de vulnerabilidades no setor, como concentração de atividades e o uso generalizado de alavancagem. De acordo com o FSB, a pouca transparência das atividades nos mercados de commodities físicas e de derivativos dificulta a avaliação de vulnerabilidades e a quantificação dos canais de transmissão da estabilidade financeira.
Em relação aos cripotativos, Knott destacou que o FSB irá explorar abordagens para preencher lacunas de dados para monitoramento de riscos e examinar até que ponto a proposta de criptografia e as recomendações do órgão precisam ser aprimoradas. Por fim, o presidente do FSB destacou na carta que a instituição irá apresentar estudos sobre a implementação de um roteiro do G20 para melhorar os pagamentos transfronteiriços, com a criação de duas novas forças-tarefa para fortalecer a participação do setor privado na discussão sobre o tema.