- Open Finance completa dois anos com mais de 800 instituições participantes
- Mesmo com aumento da adesão ao sistema de dados aberto, a adesão dos clientes de instituições financeiras ainda é vista como uma barreira
- A expectativa é que a ampliação do compartilhamento de dados estimule a criação de serviços
O Banco Central (BC) entra no terceiro ano de implementação do Open Finance com a expectativa de avanço no compartilhamento de informações entre as empresas financeiras. O órgão regulador diz esperar que, em 2023, as instituições participantes passem a oferecer dados de produtos como investimentos, seguros, previdência e câmbio.
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A iniciativa tem como objetivo aumentar a oferta de produtos e estimular a competição no sistema financeiro por meio do compartilhamento de informações dos clientes entre as instituições. Já são mais de 800 instituições participantes.
O BC espera promover melhorias na jornada de compartilhamento de dados e de iniciação de pagamento ainda este ano. Além disso, a entidade buscará implementar funcionalidades direcionadas ao público empresarial.
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Com o Open Finance, as instituições financeiras são capazes de oferecer aos correntistas condições mais personalizadas. O acesso às informações de clientes de outras empresas permite que concorrentes ofereçam serviços e produtos mais atrativos, conquistando novos correntistas. Com mais informações sobre o histórico financeiro de um cliente, por exemplo, é possível oferecer menores taxas de juros e melhores prazos em serviços bancários.
Informações do Open Finance Brasil mostram que os receptores — instituições autorizadas pelo BC que recebem as informações de outras — já alcançaram 23,4 milhões de consentimentos únicos. Dados como nome, e-mail, telefone, saldo, limite, faturas, empréstimos e financiamentos só podem ser compartilhados com a aprovação dos proprietários das contas.
Para isso, o usuário deve acessar o canal da empresa para a qual deseja compartilhar os dados. Então, é necessário escolher a instituição que possui as informações, selecionando quais serão os dados compartilhados e o prazo de consentimento. O cliente então é redirecionado para o canal da financeira detentora dos dados, onde deverá fazer uma autenticação e confirmar o compartilhamento. Depois, ele é redirecionado mais uma vez para o canal da primeira empresa, onde ocorre a conclusão do processo.
Atração de usuários ainda é um desafio
Mesmo com números expressivos pelo tempo de implementação, a participação de mais clientes no Open Finance ainda se coloca como um dos principais desafios para a consolidação do ecossistema de dados. “É natural que haja um estranhamento por ser algo novo e que está diretamente ligado a informações sensíveis”, diz Danillo Branco, CEO da Finansystech, empresa de soluções de tecnologia em Open Finance.
Para Branco, mais informações sobre este sistema financeiro aberto farão com que as pessoas percebam seus benefícios e as implicações do Open Finance no dia a dia. Hoje, é possível utilizar serviços de agregadores financeiros, que permitem a visualização de todos produtos bancários de um cliente em uma só instituição por meio de aplicativos, por exemplo.
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Outra inovação promovida pelo Open Finance consiste na iniciação de transação de pagamento. Essa ferramenta permite pular etapas durante uma compra online, concretizando o processo todo pela própria página de uma loja, evitando a necessidade de ler QR codes ou fazer transferências por meio do aplicativo do banco.
O processo para conseguir utilizar o recurso funciona de maneira similar à autorização de compartilhamento de informações feita entre os bancos. “Isso deve impulsionar ainda mais o uso do Pix para compras em e-commerces”, diz Branco.
Há a avaliação de um mercado promissor para transações envolvendo pessoas jurídicas. Atualmente, apenas 946 mil consentimentos únicos estão associados a clientes de empresas.
O Banco Central destaca que o Open Finance é um projeto de médio a longo prazo. “Os maiores efeitos do Open Finance, como a redução da assimetria de informação e a promoção da concorrência, serão percebidos ao longo do tempo, de forma gradual”, aponta o chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do regulador, João André Pereira.
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