O cobre caiu 3% no mercado futuro nesta quinta-feira (23), em meio a sinais de demanda chinesa abaixo do esperado. No radar dos investidores, a commodity continua lidando com possíveis gargalos futuros na oferta.
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Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o cobre com entrega prevista para março caiu 3,14%, a US$ 4,0590 por libra-peso. Na London Metal Exchange (LME), a tonelada do metal para três meses recuava 2,98%, a US$ 8.865,00, por volta de 15h10 (de Brasília).
Na análise do Bank of America (BofA), o cobre teve o rali mais forte neste começo de ano desde 2003, mas não conseguiu suporte devido aos fracos mercados na China e o aumento rápido nos estoques da commodity no país. Contudo, o banco avalia que os preços devem voltar a se fortalecer no segundo semestre, com aumento da demanda pelo setor imobiliário e de energias renováveis.
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Além disso, o BofA aponta que problemas na oferta estão persistindo, com 2,6 milhões de toneladas de suprimento de cobre em risco no acumulado do ano até o momento. “Para contextualizar esse número, ele equivale a cerca de 12% da produção mundial. Se o desempenho da oferta não melhorar significativamente, vemos um risco de que o mercado de cobre entre em déficit este ano”, avalia o banco.
A ANZ Research reforça essa perspectiva, destacando as dificuldades enfrentadas pela produção na Indonésia e no Peru. A consultoria também nota que inventários de alumínio da LME reduziram acentuadamente, acompanhando redução na produção em Yunnan, província da China, em meio a falta de energia. “Enquanto os preços dos metais básicos na LME caíram, a Bolsa de Futuros de Xangai teve ganhos saudáveis, sugerindo que a demanda subjacente é robusta para o maior consumidor do mundo”, observa a ANZ.
No noticiário de hoje, a empresa canadense First Quantum suspendeu seu processamento de cobre em mina do Panamá, o que pode apertar ainda mais o mercado de cobre e ajudar nos preços, afirmou a Scotia Capital ao Wall Street Journal. A pausa acontece devido a uma incapacidade de enviar o carregamento concentrado no local em meio a um problema com o credenciamento dos navios para escalas com o Panamá.
Mais cedo, a Anglo American divulgou seu balanço corporativo com resultados do trimestre encerrado em dezembro. Analista da HL, Matt Britzman destaca como positivas as notícias sobre o projeto recente de cobre da empresa, a mina peruana de Quellaveco. “A primeira produção começou no ano passado e está aumentando, devendo atingir a capacidade total ao longo deste ano”, observou Britzman ao Wall Street Journal.
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Entre outros metais negociados na LME sob mesmo vencimento, no horário citado, a tonelada do alumínio perdia 0,91%, a US$ 2.391,00; a do chumbo caía 1,82%, a US$ 2.053,50; a do níquel tinha queda de 4,64%, a US$ 25.290,00; a do estanho tinha baixa de 2,77%, a US$ 26.180,00; e a do zinco tinha recuo de 1,55%, a US$ 3.025,50.
*Com informações da Doe Jones Newswires