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Por que caso de vaca louca não deve impactar frigoríficos no longo prazo

Exportação de carne para a China foi suspensa, mas especialistas apostam na normalização das atividades

Por que caso de vaca louca não deve impactar frigoríficos no longo prazo
Caso notificado no Pará é "atípico", o que permite a normalização das exportações em breve. (Foto: Envato)
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  • As exportações de carne bovina brasileira para a China foram temporariamente suspensas nesta quinta-feira (23) após o Ministério da Agricultura confirmar um novo caso de “vaca louca” no Brasil
  • A notícia derrubou as ações do setor de frigoríficos na quarta-feira (22)
  • Testes indicam que trata-se de uma enfermidade atípica, sem riscos de contaminação a humanos, o que pode facilitar a normalização das exportações ainda no curto prazo sem maiores prejuízos para as empresas do setor

As exportações de carne bovina brasileira para a China foram temporariamente suspensas nesta quinta-feira (23) após o Ministério da Agricultura confirmar um novo caso de “vaca louca” no Brasil. A Encefalopatia Espongiforme Bovina, nome científico dado à doença cerebral em bovinos que pode ser transmitida aos seres humanos por meio da carne contaminada, foi identificada em um animal de uma propriedade no município de Marabá (PA) na quarta-feira (22).

A notícia jogou um balde de água fria nas ões dos frigoríficos brasileiros, que até então viviam uma expectativa positiva com a reabertura da China, para onde vão grande parte das exportações de carne. Os papéis da Minerva (BEEF3), BRF (BRFS3), Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3) caíram 7,92%, 6,71%, 4,71% e 4,33%, respectivamente.

Nesta quinta-feira, operavam sem direção única. Às 13h51, JBSS3 e BEEF3 subiam 1,68% e 1,23%, respectivamente. Já BRFS3 tinha queda de 0,63%, enquanto MRFG3 cedia 3,03%.

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O entendimento de que o caso notificado é apenas um evento isolado deu certa tranquilidade ao mercado, permitindo que as ações do setor reagissem após um pregão bastante negativo. Uma sinalização positiva de que a nova incidência de vaca louca não deve causar prejuízos de médio ou longo prazo nos papéis.

“Aparentemente, o que tem se falado é que eram casos mais isolados. Parece que o mercado está apostando que isso será revertido e o setor exportador se estabelecerá em sua normalidade”, explica Paulo Cunha, especialista em mercado financeiro e CEO da iHUB Investimentos.

As amostras do animal foram enviadas para o laboratório de referência da instituição Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), no Canadá, para confirmar se trata-se de um caso de vaca louca clássica ou atípica. Nesta tarde, conforme noticiou o Broadcast, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) informou que os testes comprovaram que a enfermidade é atípica; ou seja, não tem risco de transmissão para outros bovinos ou seres humanos.

“Nesse caso, o que vai depender para gerar preço ou algum impacto na receita dessas empresas é o tempo que a China vai demorar agora para absorver essas notícias e liberar as importações”, explica o economista Diego Hernandez.

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Passado a queda inicial nas ações dos frigoríficos, as empresas do setor não devem ter grandes prejuízos até que as exportações sejam normalizadas. Isso porque boa parte dessas companhias também têm produção fora do Brasil, o que permite que a venda para a China não seja completamente interrompida. A Minerva, por exemplo, informou que vai continuar atendendo à demanda chinesa com as plantas de abate que possui no Uruguai e Argentina.

“É algo muito pontual”, destaca Vinícius Steniski, analista de ações da casa de análises do TC. “Mesmo que dure por 15 ou 20 dias, os frigoríficos não vão deixar de suprir a demanda da China, só vão deixar de exportar a produção do Brasil. No fim do dia, o dinheiro vai entrar no caixa da companhia sem prejuízos adicionais.”

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