Os retornos dos Treasuries recuaram nesta sexta-feira, após dados de inflação dos Estados Unidos virem abaixo do esperado e aumentarem a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed) possa ser menos duro no aperto monetário em andamento.
Leia também
No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos tinha baixa a 4,031%, o da T-note de 10 anos recuava a 3,480% e o do T-bond de 30 anos caía a 3,669%.
O núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), que exclui itens voláteis como alimentos e energia, teve crescimento de 0,3% em fevereiro ante janeiro, sendo que o consenso era de alta maior, de 0,4%. Na comparação anual, a alta foi de 4,6%, inferior ao aumento de 4,7% projetado por analistas ouvidos pelo Wall Street Journal.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
A Capital Economics acredita que os dirigentes do BC americano serão levemente encorajados pelos dados de hoje. “No entanto, a inflação continua muito elevada, com as taxas anual e trimestral ambas acima de 4,5%”, observa a consultoria. A presidente da distrital do BC americano em Boston, Susan Collins, afirmou que levará tempo, mas os setores da economia dos Estados Unidos deverão responder às altas de juros do Fed nos próximos trimestres. Sobre o PCE, ela afirmou que a leitura trata-se de uma “notícia positiva”. Já John Williams, da distrital de Nova York, reafirmou sua confiança em atingir mais adiante a meta de 2% de inflação, além de dizer que as tensões recentes no sistema bancário devem resultar em aperto no crédito.
O monitoramento do CME mostrou que a chance de manutenção da taxa de juros na próxima reunião de política monetária do Fed, em maio, chegou a ser majoritária em parte do dia de hoje, em quadro bem dividido com a possibilidade de uma alta de 25 pontos-base. A possibilidade de manutenção das taxas em 4,75% a 5,00% avançou de 44,2%, antes dos dados, para até 52,5%, mas posteriormente recuou a 46,2%. Já a chance de uma alta de 25 pontos-base no próximo mês diminuiu de 55,8% para 53,8%. Ao fim da tarde, a chance de manutenção dos juros em maio estava em 52,2% e a de um aumento de 25 pontos-base, em 47,8%.