Dois executivos com longa experiência na XP acabaram de migrar e assumir a organização da futura corretora dos escritórios Faros e Messem em sociedade com a empresa fundada por Guilherme Benchimol. São eles Fausto Assis, que foi o responsável pela concepção do Banco XP, e Marcos Corazza, que comandou a distribuição de produtos e participou da construção da área de mercados de capitais da empresa.
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A licença junto ao Banco Central é esperada para o segundo semestre. O processo que foi levado adiante foi o que a Faros deu entrada em junho de 2021, por estar mais adiantado na autarquia do que o Messem. O plano de negócios apresentado ao BC não mudou, já que a integração das empresas será de fato através de uma holding não-financeira. Nesta estrutura, a XP terá 42% da sociedade.
Assis, diretor de novos negócios na futura corretora, afirma que a nova corretora não tem a pretensão de desenvolver uma infraestrutura robusta para oferecer o que a XP já tem. “Vamos dar energia onde tem necessidade, como nas plataformas para facilitar a vida do assessor”, disse ao Broadcast Investimentos. E para atingir este objetivo, Assis aponta qual será a estratégia: “A inteligência artificial precisa chegar na mão do assessor de investimentos.” Para concretizar esta ideia de colocar IA à disposição do AI, a área de engenharia de dados da empresa conta com nove profissionais dedicados.
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Corazza ocupa o cargo de diretor de canais na nova estrutura. “O próximo passo aqui será construir produtos cada vez mais direcionados aos perfis dos investidores”, afirma. Ele reforça que também olhará para a capacitação dos assessores e para a criação de ferramentas e processos na atividade de assessoramento.
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Além do atendimento através de cada um dos escritórios, está sendo desenvolvido também um canal digital. “Esta segmentação servirá para atender públicos diferentes”, afirma Assis.
A área de distribuição de produtos, custódia e etapas como a liquidação de operações permanece na XP, sem mudanças para os clientes. Assis destaca que, com a nova corretora, algumas amarras às quais as assessorias de investimentos estão submetidas, como a proibição de fazer relatórios, ficarão para trás. Em um passo seguinte, a corretora ‘light’ vê possibilidade também atuar na originação de produtos.
Construção de marca e sinergia
A agência iN está responsável pelo branding da nova empresa e o nome deve ser apresentado em junho ou julho, antes da obtenção da licença propriamente, segundo Assis. Ele pontua que as assessorias Faros e Messem continuarão atuando com suas marcas próprias – um motivo que justifica a preferência da nova sociedade de evitar o uso da palavra fusão.
Somando as duas companhias, há 550 assessores de investimentos. “Os clientes, no final do dia, são atendidos pela Faros e pela Messem. Para esta nova marca que surge, fazemos a analogia com a Ambev, que tem marcas embaixo mas um propósito reunido em uma empresa acima.”
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É no pilar de governança que a reorganização tocada por Assis está focada. As estruturas já existentes de áreas como compliance, jurídico e recursos humanos estão se rearranjando para atender também a nova companhia, mas sem novas contratações no curto prazo. Serão 150 pessoas trabalhando de maneira ‘cross’, dedicadas ao ecossistema todo. Somando Faros e Messem, são 550 assessores de investimentos.
Atualmente, os dois escritórios têm juntos R$ 65 bilhões sob assessoria e o objetivo de alcançar R$ 100 bilhões no final de 2024. Com a união, a nova empresa está presente fisicamente em 25 municípios – sendo que em apenas uma dessas, a cidade de São Paulo, há sobreposição com Faros e Messem com escritórios físicos.