Os rendimentos dos Treasuries operaram sem sinal único, depois de começar a sessão intensamente pressionados pelos temores com o setor bancário dos Estados Unidos, e a consequente busca pela segurança dos títulos. A crise entre as instituições de menor escala prossegue no país, levantando temores entre investidores e clientes, que temem por seus depósitos. Neste cenário ainda são observadas as tratativas pelo teto da dívida americana no Congresso, além da postura do Federal Reserve (Fed), após a alta de juros ao patamar mais alto em 16 anos na reunião de ontem.
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No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos caía a 3,780%, o da T-note de 10 anos avançava a 3,365% e o do T-bond de 30 anos subia a 3,729%.
Após o desfecho do estresse com o First Republic Bank, vendido ao JPMorgan no início da semana, investidores especulam se haverá novas vítimas das turbulências que deflagraram a quebra de uma série de bancos regionais nos EUA desde março. Especulações sobre o futuro de Western Alliance, PacWest e First Horizon desencadearam tombo de até 60% nas ações dessas empresas, que emergiram como potenciais candidatos no efeito dominó iniciado pelo Silicon Valley Bank (SVB).
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O Julius Baer nota que os títulos do governo dos EUA estão subindo e os rendimentos, que se movem na direção oposta aos preços, estão testando novamente as mínimos recentes. “A saga dos bancos regionais americanos está longe de terminar. Em tal ambiente de diminuição do impulso cíclico e aperto de crédito, reiteramos nossa postura cautelosa e nos concentramos em títulos de qualidade para garantir rendimentos reais positivos dos títulos”, aponta. Ontem, a Bloomberg publicou que o PacWest Bancorp está “considerando opções, incluindo uma venda”.
Além disso, o banco suíço sinaliza que a demanda por proteção está aumentando, já que o Fed não defende mais um pouso suave. O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou claramente que o mercado de trabalho precisa esfriar para reduzir a inflação de forma permanente. “Ou seja, o cenário interno do Fed de recessão leve está se transformando na previsão oficial”, avalia. A Capital Economics prevê pequenas quedas adicionais nos rendimentos de longo prazo até o final do ano que vem, à medida que a desinflação ganha força e os bancos centrais se tornam mais dovish.