- Com Selic a 13,75%, títulos de renda fixa seguem atraindo investidores, segundo mostrou uma pesquisa da B3
- Contudo, há um aumento da procura por produtos de renda variável, entre eles FIIs e BDRs
Títulos indexados à taxa básica de juros do País seguem atrativos para os investidores, com a taxa básica de juros, a Selic, mantida em 13,75% ano pelo Banco Central, o que impulsiona a procura pela renda fixa. Uma pesquisa da B3 divulgada no fim do ano passado mostra que 65% dos investidores pessoa física têm aplicações somente nesta modalidade.
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“O investidor tende a olhar a rentabilidade no curto prazo. Então, investimentos de renda fixa indexados por uma taxa alta de juros são atrativos”, afirma Ricardo Lopes, planejador financeiro CFP® pela Planejar (Associação Brasileira de Planejamento Financeiro) ao portal Bora Investir, do Estadão.
Contudo, a renda variável não está tão longe de ser uma opção e tem sido, inclusive, uma estratégia de diversificação da carteira.
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A mesma pesquisa da B3 mostrou que o número de pessoas físicas que investem em renda variável cresceu no terceiro trimestre de 2022, mesmo com a Selic elevada. Na comparação com o mesmo período de 2021, o aumento foi de 38%.
Apesar de o volume médio diário (compra e venda de ações) ter recuado entre o primeiro trimestre de 2021 e o primeiro trimestre de 2022, a pesquisa mostrou que o montante total segue maior que o observado há dez anos, mesmo com a Selic mais baixa do que a atual – 7,25% em dezembro de 2012 contra os atuais 13,75%.
Segundo o documento, o número de investidores pessoa física de Fundos Imobiliários (FIIs) totalizou 1,9 milhão no terceiro trimestre de 2022, frente aos 200 mil em 2018, um aumento de 85%.
Além dos FIIs, outro produto de renda variável que teve aumento de procura foram os certificados de depósito que representam valores mobiliários de emissão de companhias abertas no exterior, os chamados BDR (Brazilian Depositary Receipt).
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O terceiro trimestre de 2022 totalizou 1,5 milhão de investidores pessoa física de BDR. No mesmo período de 2021, o total era cerca de 300 mil.
Para Lopes, essa procura pela diversificação também está atrelada ao aumento de gestores de recursos. “Hoje, são mais de dez mil planejadores certificados e mais de 700 escritórios de assessoria financeira. Se no passado esse serviço ficava concentrado nos grandes bancos e em gerentes que atendiam centenas de clientes, hoje é possível atendimentos mais personalizados.”
Como escolher entre renda fixa e variável?
A escolha de onde alocar seus recursos não é fácil, ainda mais quando o cenário de investimentos está mais atrativo para um lado, como é o caso da renda fixa com os juros altos. Lopes reforça a importância de construir um portfólio em diferentes classes de ativos, ou seja, um mesmo investidor aplicar tanto em renda fixa quanto variável.
“O investidor deve sempre estar posicionado. Isso quer dizer tanto traçar objetivos de curto, médio e longo prazo quanto saber ler a situação da economia. Se hoje a inflação está em 6%, logo é preciso que o portfólio de investimentos seja montado para manter o poder de compra do investidor nessa mesma margem de 6%. Além disso, o atual quadro de incertezas políticas deve manter a inflação e os juros altos, o que deve ser levado em conta pelo investidor e planejadores”, aponta Lopes.