- Fundos de crédito privado e DI tiveram um rendimento médio abaixo das expectativas
- O rendimento médio dos fundos DI ficou em 12,99% nos últimos 12 meses, enquanto os de crédito privado ficaram em 12,75%
- Apesar dos resultados médios negativos, há avaliação de que resultados são razoáveis diante da crise enfrentada pelo segmento
Um levantamento feito pela Quantum Finance revela que os fundos DI e os fundos de crédito privado tiveram um rendimento médio abaixo das expectativas nos últimos dois anos. Ainda assim, os retornos alcançados são considerados razoáveis, levando em conta as adversidades enfrentadas diante da crise causada pelos calotes da Americanas (AMER3) e da Light (LIGT3).
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Quanto rendem os Fundos DI
Os fundos DI buscam acompanhar a variação do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) aplicando majoritariamente em títulos públicos como Tesouro Selic, mas também podem contar com outros tipos de ativos, como Certificados de Depósito Bancário (CDBs).
O CDI é um referencial que acompanha a Selic, atualmente em 13,75% ao ano. Nos últimos 12 meses, o CDI ficou em 13,50%. Ou seja, um fundo que promete acompanhar essa taxa não deveria ter performance inferior a isso. Diante das tensões, porém, o retorno médio dos fundos DI ficou em 12,99% nos últimos 12 meses.
Quanto rendem fundos de crédito privado
Já os fundos de crédito privado aplicam recursos em títulos de dívida emitidos por empresas privadas. Esses fundos buscam diversificar o risco de crédito ao aportar em ativos de diferentes emissores e setores da economia. A rentabilidade varia de acordo com o perfil de risco dos títulos de cada carteira.
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Foram esses os fundos mais afetados pela crise causada pelos calotes da Americanas e mais tarde também pelos da Light. Essas empresas compunham fatias importantes de títulos de dívidas de diversos fundos. Quando entraram em recuperação judicial, suspenderam os pagamentos, gerando impactos para todo o setor, uma vez que investidores se viram sob risco de altos prejuízos.
O levantamento da Quantum, com dados até o dia 19 de maio, mostra que os fundos de crédito privado entregaram retorno médio de 12,75% nos últimos 12 meses, contra 13,50% do CDI. No retorno dos últimos seis meses a diferença é um pouco menor, tendo entregado 6% contra 6,61% do CDI.
Os fundos de crédito privado, no entanto, prometem retornos acima do CDI – o objetivo é superá-lo, com indicação de 105% a até 150% do CDI, a depender do perfil de risco desse fundo.
Avaliação
Paloma Brum, analista da Toro Investimentos, diz que, embora a média esteja ruim, há diversos fundos que conseguiram inclusive usar do momento de crise para se beneficiar. “Os casos da Americanas e da Light atingiram todo o mercado inicialmente, mas depois verificou-se que nem todos seriam de fato atingidos e com isso houve recuperação”, descreve Brum.
Em relatório obtido com exclusividade para o E-Investidor, a XP apontou no último mês que percebe movimentos promissores entre os fundos de crédito privado, com gestores adquirindo títulos com taxas mais favoráveis e preços mais baixos.
“Quem estava com dinheiro em caixa pegou boas oportunidades. A indústria se dividiu em dois lados: fundos que sofreram muito, principalmente em razão da Americanas. E de outro lado os fundos bem posicionados que conseguiram se beneficiar desse momento”, sintetiza a analista da Toro.
Para ela, a média acaba não mostrando as várias boas opções que seguiram entregando os retornos prometidos. “A média é essa porque houve um balanço geral, mas temos fundos que seguem performando bem acima do CDI, enquanto temos também outros com retornos até negativos”, destaca.
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Ao se referir especificamente sobre os fundos DI, a analista justifica que, além de terem sido afetados pela crise de Americanas e Light, eles contam com taxas de administração, o que faz com que o retorno para o investidor tenha esse desconto. “Naturalmente o fundo DI não consegue entregar o DI cheio porque tem a taxa de administração”, lembra.