O dólar avançou hoje ante boa parte das rivais fortes, porém, não conseguiu direção única entre emergentes e o índice DXY encerrou a semana em queda. Analistas apontam que investidores se posicionam para decisões monetárias dos BCs das principais economias. Por volta das 17h (de Brasília), a libra tinha alta a US$ 1,2577. O índice DXY, que mede o dólar contra uma cesta de seis rivais fortes, subia 0,21%, aos 103,557 pontos, mas registrava queda de 0,44% na semana.
O dólar ampliou o movimento de alta observado no início da manhã, ganhando força contra algumas das principais moedas rivais. No horário citado, a moeda americana avançava a 139,47 ienes, após declarações do presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Kazuo Ueda, colocarem maior pressão sobre a moeda japonesa. Ueda afirmou que ainda vê incertezas na perspectiva da inflação no país e não deu sinais de mudanças na política monetária acomodatícia. Também pressionado neste pregão, o euro caiu a US$ 1,0746.
Em relatório, o Bank of America analisa que a trajetória da moeda europeia no longo prazo dependerá do comprometimento do Banco Central Europeu (BCE) no combate a inflação, em relação a outras economias pertencentes ao G10. “O BCE ainda tem trabalho a fazer, mas será necessário um ‘pouso’ na economia americana e uma virada na política monetária do Fed para uma recuperação sustentada do euro”, avalia o banco.
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Entre emergentes, o dólar subia 82,485 rublos, na esteira da decisão do Banco Central da Rússia de manter as taxas na faixa atual, a 7,50%. Já lira turca voltou a cair contra a moeda americana, mas se recuperou depois. Hoje, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, nomeou Hafizer Gaye Erkan como presidente do BC turco, a primeira mulher a liderar a instituição. A mudança gerou expectativas de altas nos juros para conter a inflação, e o MUFG diz que são necessárias elevações significativas na taxa básica de juros para conter o quadro inflacionário e dar maior credibilidade ao BC local.
No final da tarde, o dólar recuava a 23,3413 liras turcas. Em relatório, a Capital Economics observa que esta foi a segunda semana de queda consecutiva do DXY desde abril, refletindo a divergência nos juros americanos contra a o de outras economias desenvolvidas, após os bancos centrais do Canadá e da Austrália retomarem aumento em suas taxas. Estas decisões, que surpreenderam o mercado, levaram investidores a precificar aperto monetário prolongado nas economias desenvolvidas, avalia a consultoria.