Apesar da divulgação de dados animadores em relação à economia dos EUA ontem, a BlackRock tem no radar uma recessão leve para o país. “Estamos mais cautelosos e acreditamos haver grandes chances de uma recessão no início do próximo ano”, diz Axel Christensen, estrategista-chefe para a América Latina da gestora, durante a divulgação do ‘Midyear Outlook’.
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Entre os motivos para essa expectativa estão criação de vagas menos qualificadas e redução de vendas em setores importantes da economia. “Os postos de trabalho que estão sendo criados têm salários menores, o que indica que o consumo continuará sem grandes impulsos”, diz. Além disso, algumas indústrias, como a imobiliária, já enfrentam uma recessão. O varejo também têm sofrido com margens menores e o número de pedidos de falência está alto.
Para Christensen, se fossem retiradas do S&P as empresas gigantes que têm registrado grandes altas nas ações por estarem ligadas a macrotendências de crescimento, como inteligência artificial, o índice refletiria com mais clareza a situação da economia norte-americana.
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“Esse cenário de possível recessão também é impulsionado pela consolidação dos bancos regionais, que restringe ainda mais a concessão de crédito, principalmente em setores como o imobiliário”, diz Karina Saade, presidente da BlackRock no Brasil.
Segundo Christensen e Saade, a recessão prevista para a economia norte-americana não será profunda nem duradoura, como em 2008, porque não há crise bancária acontecendo simultaneamente.