Comportamento

Conheça a história da pizza que hoje custaria US$ 300 milhões

Há 13 anos, um programador fez história ao comprar duas pizzas com Bitcoins

Conheça a história da pizza que hoje custaria US$ 300 milhões
(Foto: Envato Elements)
  • US$300 milhões é o valor atual de uma pizza paga com bitcoin há 13 anos. Na época, a compra marcou a primeira utilização do BTC, que valia  apenas US$ 0,0041, para fins comerciais.
  • Dessa forma, no dia 22 de maio de 2010, as 10 mil BTC foram utilizadas para comprar duas pizzas da conhecida rede Papa John’s que custaram cerca de US$ 41 - ficando conhecido como Bitcoin Pizza Day.
  • Considerando um valor médio de R$80 reais em duas pizzas médias, esse jantar sairia por 0,00055 BTC. Entretando, 80 Bitcoins na cotação atual comprariam cerca de 293 mil pizzas no Brasil - com o valor médio de R$40 por pizza.

No dia 10 de julho é celebrado o Dia Mundial da Pizza e, para comemorar, que tal uma pizza de US$ 300 milhões? Esse é o valor atual de uma pizza paga com bitcoin há 13 anos. Na época, a compra marcou a primeira utilização do BTC, que valia apenas US$ 0,0041, para fins comerciais.

Vale relembrar o contexto da história. O bitcoin foi anunciado como meio de pagamento no dia 18 de maio em um fórum na internet sobre criptos, o Bitcointalk.org. Quem oferecia era um programador da Flórida (EUA), Laszlo Hanyecz, que desejava comprar as duas pizzas e, em troca, pagaria o valor de US$ 41, aproximadamente, com os milhares de bitcoins.

Dessa forma, no dia 22 de maio de 2010, as 10 mil BTC foram utilizadas para comprar duas pizzas da conhecida rede Papa John’s que custaram cerca de US$ 41 – ficando conhecido como Bitcoin Pizza Day. Com a cotação atual, esse jantar sairia por aproximadamente US$ 300 milhões – o equivalente a R$ 1,4 bilhão na conversão do dólar a R$ 4,92.

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Entretanto, não foi a pizzaria que aceitou a proposta, mas sim o estudante Jeremy Sturdivant, também participante do fórum, que topou o desafio e enviou as redondas para a casa de Hanyecz. O BTC, criado um ano antes, ainda não possuía um valor de lastro – ou seja, garantia de que determinada coisa possui o valor pela qual as pessoas dizem que ela possui – correspondente ao dólar e parecia ousado propor qualquer troca comercial com ele, por menor que fosse.

Se Sturdivant tivesse vendido seus 10 mil BTC em novembro de 2021, quando o preço da moeda bateu seu recorde, de US$ 69 mil, ele poderia ter embolsado US$ 690 milhões ou R$ 3,42 bilhões. Contudo, meses antes, em maio de 2021, o estudante contou, em entrevista ao New York Post, que gastou os bitcoins em viagens e games ao longo dos anos – mas que, mesmo perdendo “riquezas ilimitadas” estava “orgulhoso de ter desempenhado um papel no fenômeno global”.

A criptomoeda pode voltar a valer centavos?

O universo cripto como um todo enfrenta um momento delicado. Em novembro do ano passado, a FTX, uma das maiores corretoras de criptomoedas dos Estados Unidos, entrou com um pedido de falência devido a uma equivalente corrida bancária. Uma série de escândalos sobre fraudes em transações envolvendo o ex-CEO Sam Bankman-Friedsurgiram logo em seguida levaram a uma desconfiança sobre a segurança do mercado das moedas digitais.

Vale lembrar que o bitcoin possui uma oferta limitada de no máximo de 21 milhões de moedas, a escassez relativa pode aumentar a demanda ao longo do tempo e impactar positivamente o valor do BTC. Os ativos digitais também estão ganhando mais aceitação, com empresas financeiras tradicionais explorando o potencial desses ativos e investidores institucionais começando a alocar uma parte de seus portfólios em criptos.

Para Bruno Diniz, professor de inovação financeira na USP, mesmo em situações de aversão a risco, com eventos macros desafiadores, as estruturas fundamentais do bitcoin, como a tecnologia blockchain e descentralização, não se alteram. Nesta entrevista ao E-Investidor, ele reforça que o Brasil está na contramão de impasses globais e vive um bom momento para os ativos digitais, com a concretização de uma regulamentação, o desenvolvimento do real digital e a tokenização surgindo para alavancar os processos.

O preço de uma pizza em bitcoins

Ainda que a criptomoeda não seja aceita nas pizzarias tradicionais, o valor em bitcoins de uma redonda no Brasil pode variar. Considerando um valor médio de R$80 reais em duas pizzas médias, esse jantar sairia por 0,00055 BTC.

Entretanto, 80 bitcoins na cotação atual comprariam cerca de 293 mil pizzas no Brasil – com o valor médio de R$40 por pizza. O jantar em específico teria que repetir vários sabores.

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