- O fôlego que a bolsa de valores vem mostrando nas últimas semanas tem levado alguns investidores a analisar se já é o momento de voltar a olhar para renda variável
- As notícias recentes no cenário macroeconômico geram otimismo e a previsão de muitas instituições é que a onda positiva deve se manter
- A dificuldade, no entanto, é saber onde colocar as fichas, uma vez que obviamente nessa retomada algumas ações irão ter desempenho melhor que outras
O fôlego que a Bolsa de Valores mostrou nas últimas semanas tem levado alguns investidores a analisar se já é o momento de voltar a olhar para renda variável. No ano passado, com as taxas de juros nas alturas, foi muito difícil competir com a renda fixa. O CDI, referência de rentabilidade, no acumulado de 2022 registrou uma variação de 12,38%, enquanto o Ibovespa subiu apenas 4,69%.
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Em 2023, até quinta-feira (13), a situação é diferente, com a Bolsa registrando uma ligeira vantagem: alta de 7,59% contra 6,93% do CDI. As notícias recentes no cenário macroeconômico geram otimismo e a previsão de muitas instituições é que a onda positiva deve se manter. A dificuldade, no entanto, está em saber onde colocar as fichas, uma vez que obviamente nessa retomada algumas ações terão desempenho melhor que outras.
Na opinião de Pedro Serra, chefe de pesquisas da Ativa Investimentos, as companhias com atuação no mercado doméstico e que dependem mais do comportamento dos juros, ou mesmo as mais endividadas, devem se beneficiar e caminhar acima das demais. Nesse grupo estariam as empresas de construção, consumo, infraestrutura e bancos.
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Já as de commodities podem decepcionar, como mineradoras e de celulose, essas últimas afetadas adicionalmente pela depreciação do dólar. Também podem ficar aquém as ações consideradas defensivas, às quais os investidores recorrem em tempos turbulentos, por serem estáveis, como as de energia elétrica e telecomunicações.
A perspectiva de redução da taxa Selic, segundo o analista de investimentos do Banco Daycoval, Gabriel Augusto Mollo, coloca as empresas nacionais em posição mais atraente do que aquelas ligadas ao mercado externo, como mineradoras e siderúrgicas, frente às incertezas sobre o crescimento da China e sobre a recuperação da economia global.
Para os estrategistas de ações da Santander Corretora, Ricardo Peretti e Alice Corrêa, além dos chamados setores cíclicos como os já citados, vale olhar também para empresas com teses de investimento consistentes ou do segmento premium, como a Vivara e a Iguatemi.
Visão positiva
Já Pedro Galdi, da Mirae Asset, tem uma visão mais positiva do panorama internacional e por isso alimenta boas expectativas para ações relacionadas a commodities. Ele acredita que o governo da China deverá acelerar programas de estímulo, principalmente para o setor imobiliário, e os Estados Unidos não devem passar por uma recessão, mas por uma desaceleração, que não deve ser longa.
E para o cenário interno, ele não acredita em uma redução tão rápida dos juros. “As projeções apontam que teremos taxa de juros de dois dígitos até o final de 2024, ou seja, se confirmado, ainda haverá dificuldades para os setores de varejo, incorporação e principalmente as mais endividadas”, afirma.
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Essa é também a percepção do estrategista de ações da Genial Investimentos, Filipe Villegas, principalmente para o curto prazo. Ele acha que, na próxima semana, ações mais defensivas e de commodities podem acabar se destacando. Além disso, a continuidade da abertura da curva de juros, depois de fechamento muito forte nas últimas semanas, pode prejudicar as empresas da economia doméstica. “Não que o fundamento do Brasil tenha mudado, continua positivo, é apenas um ajuste”, afirmou, prevendo que o movimento de realização de lucros deve persistir.
Com relação às recomendações de Top Picks para a próxima semana, a CM Capital trocou Grupo SBF ON e Taesa ON por Cosan ON e Ecorodovias ON.
O MyCap fez três alterações em sua carteira. Retirou 3R Petroleum ON, Assaí ON e Banco do Brasil ON e colocou Grupo Soma ON, Petz ON e Santander Unit.
A Terra Investimentos fez apenas uma troca, de Gerdau PN por Klabin Unit.
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Veja a lista completa abaixo.
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