Os retornos dos Treasuries caíram hoje, após o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) elevar os juros em 25 pontos-base, como amplamente esperado, mas não se comprometer sobre os próximos passos. Em entrevista coletiva, o presidente do Fed, Jerome Powell, não descartou novas altas, mas tampouco manter a política monetária, enfatizando que serão avaliados os dados por vir, reunião a cada reunião.
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No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos recuava a 4,828%, o da T-note de 10 anos tinha baixa a 3,857% e o do T-bond de 30 anos caía a 3,933%.
O quadro nos juros dos Treasuries foi misto em parte do dia, com investidores à espera da decisão do Fed. O BC americano agiu conforme esperado, e na coletiva que se seguiu Powell fez questão de não se comprometer sobre os próximos passos, diante da “incerteza” no quadro. O presidente do Fed não descartou mais aperto, mas também disse que sinais de enfraquecimento da inflação e da atividade poderiam provocar manutenção da política monetária em setembro. Powell também comentou que o Fed continuará a reduzir seu balanço, o que poderia continuar a ocorrer mesmo adiante, em quadro de cortes nos juros. Para Powell, os juros devem ser mantidos neste ano e eventuais reduções deles em 2024 seriam algo ainda a ser debatido.
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Em meio às declarações, houve certa volatilidade nos retornos dos Treasuries, com o do T-bond de 30 anos mais próximo da estabilidade, mas o sinal negativo dominou na hora do fechamento das bolsa em Nova York.
O BMO destacou o fato de que os juros estavam nos níveis mais altos desde 2001, e avaliou que Powell mostra “claramente mais paciência para avaliar as informações por vir”. Para o BMO, a reação “dovish” do mercado à coletiva pode ser “mais atribuída à caracterização da distribuição de riscos como bem mais balanceada adiante, e ao fato de que o Comitê está cada vez mais avaliando que está diminuindo a lacuna entre o risco de apertar em demasia ou de menos” a política monetária.