O dólar avançou ante maior parte dos rivais fortes e emergentes, após números da inflação ao produtor e expectativas inflacionárias dos Estados Unidos renovarem expectativas por mais aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed). No Reino Unido, a libra ganhou força sobre a moeda americana também apoiada por perspectivas de mais altas nos juros pelo Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), depois de avanço inesperado na atividade econômica.
Leia também
Por volta das 17h (de Brasília), o euro recuava a US$ 1,0952. O índice DXY, que mede a moeda americana ante uma cesta de seis rivais fortes, tinha alta de 0,31%, a 102,842 pontos, com avanço de 0,81% na variação semanal.
O dólar reverteu perdas do início da manhã e passou a ter forte avanço sobre outras divisas, seguindo avanço acima do esperado no índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos em julho. Analista da Oanda, Edward Moya observa que o relatório sugere que o núcleo da inflação continua persistente e sinaliza possibilidade de avanço ainda maior em agosto. “O Fed provavelmente acabou de aumentar as taxas, mas os dados podem não suportar a materialização de uma pausa nos próximos meses”, avalia Moya.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
A moeda americana chegou a arrefecer pontualmente a tendência de alta, depois que a Universidade de Michigan divulgou leituras preliminares indicando redução nas expectativas inflacionárias americanas para 1 e 5 anos, além de sentimento do consumidor abaixo do esperado em agosto.
Contudo, o dólar recuperou força conforme o mercado digeriu os dados e ampliou precificação por uma possível alta na reunião monetária de novembro. Em relatório, o Bank of America (BofA) defende este como o cenário mais provável, com uma alta de juros de 25 pontos-base (pb) em novembro finalizando o ciclo de aperto monetário do Fed.
Apesar disso, a libra avançou a US$ 1,2698, no horário citado. A moeda britânica conseguiu sustentar ganhos contra a divisa americana, apoiada pelo crescimento mais forte que o esperado do Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido. Para a Convera, a economia britânica desafia projeções de desaceleração e aumenta pressão para que o BoE continue elevando as taxas de juros, o que oferece suporte para a libra. Por outro lado, a Capital Economics pondera que o BoE pode não apertar tanto a política monetária como previsto, caso se confirmem as projeções de desaceleração da atividade e recuo do PIB no terceiro trimestre, dando início a uma “recessão leve”.
Ainda entre moedas fortes, o Rabobank analisa em relatório que o mercado parece questionar as mudanças de política monetária do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) e está “determinado” a acreditar que a flexibilização não altera a posição dovish da instituição. Alternativamente, o mercado pode estar testando se o BoJ alargará a curva do juro do título de 10 anos diante de maior volatilidade da moeda japonesa, pondera o banco. No horário citado, o dólar subia a 144,92 ienes.
Publicidade
Entre emergentes, o dólar subia a 99,285 rublos russos, no horário citado, renovando maior nível desde março de 2022, na máxima intraday a 99,476. Hoje, a Rússia informou que o seu PIB acelerou e cresceu 4,9% no segundo trimestre de 2023, em comparação com igual período de 2022.
Na Argentina, o dólar blue avançava a 605 pesos argentinos no mercado paralelo, conforme levantamento do jornal Ámbito Financeiro, na última sessão antes das primárias para as eleições presidenciais. O pleito do próximo domingo definirá os representantes de cada partido na eleição marcada para outubro. No horário citado, o dólar subia a 287,402 pesos no mercado oficial.