O banco BR Partners(BRBI11), fundado pelo empresário Ricardo Lacerda, fechou um acordo que pode mudar a estrutura societária da casa e levar a uma oferta de ações, quase dobrando o total de ações em circulação no mercado. Pelos termos, os sócios (partnership) comprariam parte da participação de famílias investidoras, que deixariam de ser acionistas do banco, e chegaria a 55% do capital.
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Para viabilizar a criação do BR Partners, em 2010, um grupo de nove famílias endinheiradas colocou R$ 100 milhões na empreitada. Com isso, essas famílias ficaram com 50% das ações do novo banco. Em seguida, com o crescimento da instituição e a abertura de capital (IPO, em inglês), essa fatia foi diluída e atualmente está em 29%.
Na época, as famílias se comprometeram a manter as ações até 2030, o chamado lock-up, que nesse caso foi de 20 anos. Mas em negociações recentes, as famílias concordaram em vender parte dessa fatia, a preços de mercado, para os sócios do banco, que detém 46,8% das ações totais do BR Partners. Na fundação eram em 15 executivos e hoje são 27 sócios.
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Pelo acordo, esses sócios (partnership) comprariam 8% dos 29% que as famílias detêm e os 21% restantes seriam oferecidos ao mercado, em uma oferta de ações (follow-on). Esta oferta pode acontecer agora, mas com o mercado mais volátil nos últimos dias, o banco deve esperar um melhor momento, disse o diretor institucional e de relações com investidores do banco ao Broadcast, Vinicius Carmona. Pelo acordo, o BR Partners tem até dezembro de 2024 para fazer a oferta de ações.
Com a oferta, o número de ações em circulação (free float), de 24% do capital do banco, passaria para 45%, o que daria mais liquidez para o papel, hoje considerada baixa. Como os sócios estão colocando mais capital no banco, o acordo reforça o compromisso deles com o BR Partners, comenta Carmona.
O acordo com as famílias tem o follow-on como condição para elas se desfazerem de todas suas ações, explica o executivo. “O banco vai buscar o melhor momento de mercado para fazer a oferta”, disse ele. Na B3, o BR Partners é avaliado em R$ 1,5 bilhão.