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Títulos de dívida estão em um raro momento no mercado, diz Oaktree

Avaliação é de David Rosenberg, co-gestor de portfólio de crédito global da Oaktree Capital Management

Títulos de dívida estão em um raro momento no mercado, diz Oaktree
(Foto: Envato Elements)

O mercado está em um momento em que o desempenho dos títulos de dívida (debt) vai superar o das participações acionárias (equity), uma vez que o dinheiro está mais “caro”. A avaliação é de David Rosenberg, co-gestor de portfólio de crédito global da Oaktree Capital Management, gestora fundada por Howard Marks.

“Acho que os títulos de dívida vão superar o desempenho do equity, e não é algo que podemos dizer com muita frequência. Mas no equity você precisa de crescimento e no decorrer dos últimos anos se viu um tremendo crescimento porque o dinheiro era ‘grátis’. Era possível emprestar muito, construir fábricas e crescer o negócio. Agora o motivo pelo qual a dívida é atrativa é porque o dinheiro está ‘caro’, os juros estão mais altos”, afirmou Rosenberg, em entrevista ao Broadcast Investimentos.

O co-gestor da Oaktree destaca que, com os títulos de dívida, o investidor não precisa que as empresas cresçam. “Só precisamos que elas gerem fluxo de caixa livre suficiente para que nos paguem de volta. E, se pagarem, podemos ganhar um rendimento (yield) de dois dígitos com isso”, diz.

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Segundo Rosenberg, ter esse rendimento de dois dígitos é “o mais animador” hoje, uma vez que se trata de algo mais comumente visto “quando algo muito ruim acontece”. “Estamos com o rendimento de dois dígitos porque os juros subiram”, destaca.

Fluxo para a renda fixa internacional

Com o início do ciclo de corte de juros no Brasil, especialistas têm mencionado um aumento do apetite por investimentos internacionais e, mais especificamente, um interesse na renda fixa no exterior. Wayne Dahl, diretor administrativo e analista de risco de investimento da Oaktree, tem visão similar.

“Quando as taxas de juros estavam subindo no Brasil e o investidor local podia ganhar quase 14% com ativos de curto prazo indexados ao CDI, isso deixou algum capital afastado de investimentos internacionais. Mas com a inflação nos mercados emergentes caindo mais rápido que nos desenvolvidos, as pessoas devem ser atraídas para o mercado internacional de renda fixa onde os juros ainda estão aumentando ou, pelo menos, não estão diminuindo”, afirma Dahl.

Já Rosenberg destaca que a expectativa é ver um fluxo de capital para a renda fixa não só vindo de vários países como das outras classes de ativos. “Quando falávamos com pessoas alguns anos atrás, elas não tinham muit renda fixa no portfólio. Elas diziam comprar equities, esperavam um rendimento de 10% com elas no longo prazo. Agora podem ter esses 10% com dívida”, diz o co-gestor da Oaktree, acrescentando que, para os investidores que observam uma recessão se aproximando, a exposição a equity deve ser uma preocupação.

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