O euro caiu ante o dólar e bateu mínimas em seis meses após o Banco Central Europeu (BCE) determinar um aumento de juros “dovish”- que significa a redução da taxa de juros para aquecer a economia -, sinalizando para uma possível pausa no ciclo de aperto monetário.
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A moeda americana mantém tendência de alta ante pares rivais, depois que bateria de dados sugeriu força da economia americana e levantou incertezas sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed) a partir de novembro. Entre emergentes, o peso argentino se depreciou após manutenção da política monetária no nível atual.
O euro recuou acentuadamente contra o dólar, a despeito da alta de 25 pontos-base nos juros, com o mercado focando na forte indicação do BCE de que já alcançou a taxa terminal, como explicou a City Index em relatório. “Até que a tendência dos dados dos EUA comece a se deteriorar o suficiente para fazer com que o dólar reverta a sua tendência otimista (bullish), o EUR/USD euro ante dólar deverá permanecer numa tendência geral pessimista (bearish)”, comentou a consultoria. Por volta das 17h, o euro recuava a US$ 1,064.
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O índice DXY (que mede força do dólar ante cesta de moedas importante) recebeu apoio da desvalorização do euro – que tem o maior peso entre os componentes do índice. Os mercados digeriram hoje a aceleração do índice de preços ao produtor (PPI), alta nas vendas do varejo e avanço menor que o previsto no número de pedidos de auxílio-desemprego. Repercutindo o PPI, a Oxford Economics disse acreditar que o Fed optará por manter juros inalterados na decisão da próxima semana, mas adotando uma postura hawkish – ou seja, uma postura de política austera, com taxas de juros mais altas e, assim, menor demanda e inflação mais controlada.
Já a High Frequency Economics (HFE) afirmou que o quadro para as próximas decisões é menos certo e dependerá dos próximos dados. No horário citado, a libra cedia a US$ 1,2409.O dólar caía a 147,47 ienes, enquanto o mercado pondera sobre uma eventual mudança na política ultra-acomodatícia japonesa.
Contudo, a BBH Currency acredita que os fundamentos estão a favor do dólar. “Os EUA permanecem numa posição muito mais forte do que outras grandes economias, como a zona euro ou o Reino Unido”, comentou. Tudo isso somado, o DXY fechou com ganho de 0,60%, aos 105,405 pontos.
A Capital Economics revisou para baixo a sua projeção para o DXY no fim do ano, a 106 de 109 anteriormente. “Continuamos a esperar que o dólar caia em 2024, à medida que a economia global começa a recuperar e o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) muda para uma política de flexibilização monetária”, disse em relatório.
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O peso argentino se desvalorizou contra o dólar no dia em que o Banco Central da República Argentina (BCRA) anunciou decisão de manter juros básicos em 118%, no dia seguinte à divulgação da inflação ao consumidor local, que teve a maior alta mensal desde 1991.