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BTG faz alerta importante sobre fatores que prejudicam ações do varejo

Papéis de empresas desse setor estão baratos, mas isso pode não significar um ponto de entrada

BTG faz alerta importante sobre fatores que prejudicam ações do varejo
  • Casas Bahia busca se reestruturar, mas encontra dificuldades
  • Magazine Luiza se esforça por trazer seu público de volta às lojas
  • Marisa, que atua em moda, enxuga operações para fortalecer o caixa

O BTG Pactual (BPAC11) analisou o segmento de varejo e consumo, conforme relatório encaminhado ao mercado na segunda-feira (18).

Para o banco de investimentos, a reforma fiscal e o comércio eletrônico exercem pressão sobre as ações de empresas que atuam no segmento de varejo e consumo.

O documento é assinado pelos analistas Luis Mollo, Gabriel Disselli, Luiz Guanais e Pedro Lima e destaca que as transações internacionais dos consumidores brasileiros aumentaram significativamente nos últimos anos graças ao enorme crescimento do comércio eletrônico.

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De acordo com o Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), o número de pacotes internacionais aumentou de 72 milhões em 2018 para 177 milhões em 2022 (25% CAGR – taxa de crescimento anual composto), ou R$ 7 bilhões em vendas em 2018 para R$ 68 bilhões em 2022 (74% CAGR), conforme calculado pela Banco Central. Assim, as discussões sobre a igualdade fiscal entre pares locais e internacionais aumentaram.

Decreto do governo

O BTG lembrou que em junho o Ministério da Economia do Brasil emitiu um decreto com novas regras para compras internacionais feitas online. O governo não cobrará mais impostos de importação em compras online de até US$ 50, desde que as empresas participem de um programa criado pela Receita Federal (RFB) – Remessa Conforme – e paguem imposto estadual (17% de ICMS).

A instituição explica que, anteriormente, todas as importações B2C eram tributadas independentemente do valor, sendo a isenção de US$ 50 limitada a remessas internacionais entre pessoas físicas (P2P). “Pelo decreto, as compras online de até US$ 50 feitas de empresas que não cumprirem as novas regras continuarão a ser tributadas”, ressaltou.

O documento também explica que enquanto a Reforma Tributária sobre o Consumo (Emenda Constitucional nº 45/19) continua em debate no Congresso (agora no Senado, com muitos detalhes a serem definidos via leis complementares, e cujos impactos deverão aparecer no longo prazo), as principais preocupações, segundo o IDV, são:

  • A duração das isenções fiscais e dos fundos de compensação, a serem detalhados por meio de leis complementares;
    cronograma para monetização dos créditos tributários existentes após o fim da carga tributária do ICMS (em 240 meses conforme proposta atual);
  • A correção monetária desses créditos pela taxa Selic (a proposta atual é via inflação IPCA). Numa nota positiva, o texto garante a tributação não cumulativa (IVA) em toda a cadeia produtiva.

Reforma Fiscal

Para o BTG, o desempenho das ações das varejistas continua fortemente impactado pela discussão da Reforma Fiscal sobre o Consumo (principalmente tributação de subsídios e a discussão da carga fiscal sobre as plataformas internacionais).

“Durante a nossa reunião com o IDV, ficou claro que a maior parte dos impactos finais ainda estão em debate (sendo alguns apenas definidos posteriormente por leis complementares), e alguns tópicos (como a tributação dos subsídios fiscais das empresas) poderão levar a disputas legais entre varejistas e o governo – o que significa que os desafios para o setor deverão se manter no curto prazo”, frisou.

Papéis em queda e recomendações

Das companhias que atuam no setor de varejo e estão vendo suas ações derreterem, destaque para:

  • Casas Bahia (VIIA3): -77,64% nos últimos 12 meses; -96,61 nos últimos cinco anos.
    BTG tem recomendação neutra, com preço-alvo em R$ 3.
  • Magazine Luiza (MGLU3): -42,54% nos últimos 12 meses; -32,47% nos últimos cinco anos.
    BTG rem recomendação de compra, com preço-alvo em R$ 6.
  • Marisa (AMAR3): – 74,19% nos últimos 12 meses; -81,71% nos últimos cinco anos.
    BTG tem recomendação neutra, com preço-alvo em R$ 2.
  • Grupo Pão de Açúcar (PCAR3): -79,71% nos últimos 12 meses; -94,89% nos últimos cinco anos.
    BTG rem recomendação neutra, com preço-alvo em R$ 7.
  • Assaí (ASAI3): -31,99% nos últimos 12 meses; -17,80% nos últimos cinco anos.
    BTG tem recomendação de compra, com preço-alvo em R$ 18.
  • Carrefour (CRFB3): -52,88% nos últimos 12 meses; -33,92% nos últimos cinco anos.
    BTG tem recomendação neutra, com preço-alvo em R$ 13.

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