- Comece a quitar suas dívidas pelo cartão de crédito ou pelas que têm juros mais altos
- Calcule bem as parcelas que vai começar a pagar na renegociação para evitar que o o montante pese no orçamento e vire uma bola de neve
- Cuidado com os canais de negociação! Golpistas têm se aproveitado para ludibriar endividados
O Desenrola, programa especial de renegociação de dívidas de consumidores, iniciou sua segunda etapa nesta segunda-feira (25). Inicialmente, a fase é destinada às empresas que precisam informar os descontos que estão dispostos a conceder para os consumidores por meio de um leilão desenvolvido pela Bolsa de Valores (B3). Para a população, a nova fase do programa está prevista para iniciar na primeira semana de outubro.
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No período, será lançada a plataforma para que todos os interessados possam renegociar suas dívidas com descontos. Será possível pagá-las à vista ou em até 60 meses (com juros de até 1,99% ao mês). Para especialistas, a iniciativa é uma chance de ouro para dar adeus ao nome sujo e reorganizar as finanças.
Nesta nova fase será possível obter descontos para renegociação de dívidas feitas até 2022, negativadas bancárias e não bancárias, como conta de luz, água, varejo etc, de pessoas que ganham até dois salários mínimos ou que estejam inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) para programas sociais do governo.
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Nathaly Moura, planejadora financeira CFP pela Planejar, explica que a primeira dívida que deve ser negociada pela população é a do cartão de crédito, por ter alguns dos juros mais caros do mercado financeiro (chegaram a 445,7% ao ano em julho de 2023), e o cheque especial.
“Ao mês, esse valor representa 15,1895%. Ou seja, é extremamente superior ao proposto de 1,99% ao mês no programa Desenrola”, justifica Moura. Além do cartão, a planejadora acha importante que o devedor se atente a qualquer outro financiamento atrasado com juros superiores ao proposto pelo programa.
Por que negociar no Desenrola?
Quitar as dívidas vai trazer outro benefício importante para a vida do cidadão, que é o de obter acesso a financiamentos, menores taxas e até conseguir boas oportunidades de emprego. “Algumas instituições consultam a Serasa e solicitam justificativas e até mesmo a quitação da dívida ativa”, destaca Moura.
Segundo ela, também é importante checar se a sua instituição bancária vai integrar o programa. Caso contrário, talvez seja a hora de transferir a conta para outro banco.
Patrícia Camillo, gerente da Serasa, listou os pontos que considera indispensáveis para quem vai participar do Desenrola. O primeiro cuidado que o consumidor deve ter é o de mapear todas as dívidas e as propostas de negociação existentes, avaliando aquelas com juros mais altos, como a do cartão, e as propostas de negociação mais atraentes e que cabem no orçamento da família.
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“É essencial avaliar o montante que pode destinar mensalmente ao pagamento de dívidas para que a negociação não impacte nos gastos básicos familiares e não volte a ficar inadimplente”, frisa Camillo.
Para evitar que novas dívidas sejam feitas, a atenção especial precisa ir além dos novos gastos. A gerente da Serasa alerta para as chances de golpes na hora de negociar. “Avalie os canais de negociação, pois cresce o número de golpistas que se passam por empresas de crédito a fim de ludibriar os endividados”, destaca.
Na dúvida, vale acessar os canais oficiais dos bancos e instituições financeiras pelos seus sites ou aplicativos, e nunca por números enviados via SMS.