- Boas notícias para quem sempre quis visitar o Japão: a partir de sábado (30), turistas brasileiros poderão viajar ao país sem a necessidade de visto
- Essa possibilidade vem de um acordo bilateral, com validade inicial de três anos, feito entre o governo brasileiro e o japonês ainda no início do mês passado
- A novidade fez as buscas por viagens ao Japão dispararem, como apontado pela CVC e Decolar. Entretanto, como em toda viagem, o planejamento é essencial para que o sonho não se torne uma "dor de cabeça" financeira
Boas notícias para quem sempre quis visitar o Japão: a partir deste sábado (30), turistas brasileiros poderão viajar ao país sem a necessidade de visto, desde que a viagem dure até 90 dias. Turistas japoneses também estarão isentos de visto para entrar no Brasil.
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Essa possibilidade vem de um acordo, com validade inicial de três anos, feito entre o governo brasileiro e o japonês no início do mês passado – e a novidade já mexeu com o interesse dos consumidores.
De acordo com Heloísa Ananias, gerente de negociação de produtos exóticos da CVC Corp (CVCB3), as buscas por orçamentos de viagens ao Japão na CVC quadruplicaram em agosto deste ano, dado mais recente disponível, em relação a agosto do ano passado.
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Segundo a executiva, a agência viu as buscas por passagens aéreas para o país subirem 132% no período, com foco em turistas de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre e Brasília.
Como em toda viagem, o planejamento financeiro é essencial para que o sonho não se torne uma dívida mais alta do que a capacidade de pagamento.
Quanto custa viajar ao Japão (e como economizar)?
Segundo a Decolar, um pacote de 15 dias para Tóquio (capital do Japão), incluindo passagem aérea (ida e volta) e hospedagem, sai a partir de R$ 7.270 por pessoa na agência.
Optar por pacotes pode ser uma saída para pagar menos, com uma perspectiva de economia média de 35% em relação à compra individual dos produtos, conforme levantado pela Decolar. Segundo Bob Rossato, vice-presidente de produtos aéreos da Decolar para o Brasil, somente os tíquetes sairiam por R$ 5,7 mil por pessoa se adquiridos separadamente.
Outro ponto é que, dependendo do período do ano, a viagem ao Japão pode pesar (muito) mais no bolso. Nas épocas de festividades populares, por exemplo, os preços de transporte e hospedagem podem subir. É o caso da “Semana Dourada”, junção de quatro feriados nacionais que ocorre entre o final de abril e o começo de maio, e do Festival Obon (Festival dos Mortos), que acontece em agosto.
A primavera, entre março e maio, e o outono, entre setembro a novembro, também são estações disputadas, nas quais a viagem pode ficar mais cara. “Na primavera, há a famosa Sakura, que é o período das cerejeiras, onde essas árvores começam a florir e se mantêm apenas durante uma semana”, diz Ananias, da CVC. “O outono é uma boa época pelas suas temperaturas amenas e cores vibrantes.”
Caso você queira aproveitar as principais celebrações do país, o ideal é comprar os pacotes com antecedência. Há a possibilidade do turista customizar alguns aspectos da viagem – e as alterações influem no preço final.
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O tipo de hospedagem pode impactar bastante nos custos. Ananias lembra que pagar pouco em hospedagem no Japão, na maioria dos casos, significa se hospedar em um quarto bem pequeno, ou até em cápsulas.
Em Tóquio, as diárias dos hotéis mais econômicos saem em torno de R$ 400 para duas pessoas, segundo Ananias. Já nos estabelecimentos três estrelas, mais confortáveis, a cifra sobe para R$ 600 para o casal, enquanto “hotéis boutique” ficam em torno de R$ 2 mil e os de luxo ultrapassam R$ 4 mil.
- Alimentação e passeios
Durante a viagem, também é possível economizar com alimentação. Segundo Ananias, uma das opções são os “bentôs”, refeições rápidas vendidas em lojas de conveniência (konbinis) ou de departamentos (depachikas), cujos valores ficam em torno de 1 mil ienes, moeda japonesa, ou menos. Como 1 iene equivale a R$ 0,034, esses lanches rápidos saem por cerca de R$ 33,74.
O viajante também consegue comer em restaurantes com uma média de 3,5 mil ienes por casal (R$ 118), enquanto as refeições mais caras, com boas carnes e sushi, podem chegar a 14 mil ienes para o casal (R$ 472).
No caso de passeios, para entrar nos lendários templos japoneses se desembolsa uma média de 300 a 600 ienes (R$ 10 a R$ 20). Já para os castelos, uma média de 1 mil a 1,4 mil ienes (R$ 33,74 a R$ 47,24).
- Transporte
Willian Yamamoto, profissional de comunicação, fez uma viagem de 12 dias ao Japão em meados de 2017. Ele dá uma dica para quem pretende, como ele, economizar com transportes: a compra do “Japan Rail Pass”, bilhetes de trem de alta velocidade que permitem o turista viajar por sete (US$ 210), 14 (US$ 335) ou 21 dias (US$ 429), e podem ser adquiridos pelo site oficial do “JR Pass”.
“Ele é vantajoso para quem pretende conhecer outras cidades além de Tóquio, já que permite o deslocamento para outras regiões como Hiroshima, onde está o Memorial da Paz, e Osaka, onde está a Universal Studios”, afirma Yamamoto. Ele conta que a vantagem de viajar de trem pelo Japão é que eles são pontuais e com diversas opções de horários.
- Pegadinhas
Mesmo com a isenção de visto para turistas brasileiros, é preciso tomar cuidado com algumas pegadinhas no caminho. No Brasil, não há voos diretos para o Japão. Isso significa que o viajante precisará fazer uma conexão em outro país para chegar ao destino.
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Se essa conexão ocorrer nos EUA, por exemplo, ainda será necessário ter um “visto de trânsito”, que possui custo em dólar.
Por isso, atenção às documentações é fundamental. “Antes de embarcar, o primeiro passo é fazer um planejamento detalhado com listas de verificação de itens como passagens aéreas, seguro de viagem, acomodações e documentos. Assim, evita-se gastos decorrentes de imprevistos”, ressalta Carol Stange, educadora em finanças pessoais.
Poupando dinheiro
Para quem pretende realizar uma viagem ao Japão, tem um horizonte pouco mais longo para o embarque e não quer ter que parcelar os custos no cartão de crédito, a melhor opção é traçar um plano de poupança e investimentos.
Ana Calixto, economista e consultora financeira, recomenda que o caminho ideal é aplicar na renda fixa, prezando principalmente por liquidez diária. Isto é, investimentos em que é possível fazer o resgate do dinheiro a qualquer momento e sem prejuízos.
Alguns exemplos são o Tesouro Selic, título público atrelado à taxa básica de juros da economia, a Selic, além de Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) e fundos de investimento de renda fixa.
De acordo com o simulador de investimentos do E-Investidor, para juntar cerca de R$ 15 mil em um prazo de 12 meses, com um rendimento igual ao da Selic, de 12,75% ao ano, o viajante precisaria poupar cerca de R$ 1.182,40 ao mês por 12 meses.
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Na outra ponta, se o consumidor optar por embarcar em um prazo mais próximo e não tiver o capital necessário para o pagamento à vista, é preciso cuidado para não dar um “passo maior que a perna”. “A decisão de pagar à vista ou no crédito depende do seu controle financeiro. Pagar à vista evita dívidas futuras, mas o crédito pode ser útil para acumular pontos e milhas”, aponta Stange, que faz uma ressalva de que planejamento e organização são a chave para uma viagem bem-sucedida e financeiramente saudável.