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Por que o Brasil pode ficar “muito ruim” de novo, segundo Ibiuna

Segundo Mario Torós, sócio da casa, país está tomando muito risco na condução econômica

Por que o Brasil pode ficar “muito ruim” de novo, segundo Ibiuna
(Foto: Envato Elements)

“Se os EUA não tiverem o chamado ‘pouso suave’ e entrarem em uma recessão no ano que vem, o Brasil pode retornar ao panorama de 2015, ano em que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu 3,8%’. Essa é a visão compartilhada por Mario Torós, sócio e estrategista macro da Ibiuna Investimentos, durante o Women Invest Summit, congresso que reúne mulheres investidoras e que acontece nesta quinta-feira (28), em São Paulo.

Ele participou do painel “Taxa de juros em queda: os dois lados da balança”, junto com Vivian Lee, head de crédito da Ibiuna Investimentos, e Juliana Rosa, jornalista da Band, que intermediou a conversa. “No Brasil, eu acho que a política econômica está tomando muito risco, mais do que poderia tomar como um país emergente, com as fragilidades que temos. Em um cenário em que lá fora não vivamos um pouso suave, a situação do Brasil pode ficar de novo muito ruim”, afirma Torós.

Esse risco na política econômica significa um descuido maior com a questão fiscal. Hoje, o governo busca formas de ampliar a arrecadação para atingir a meta estabelecida no arcabouço fiscal de zerar o déficit no ano que vem. Para isso, será necessário cobrir um rombo de cerca de R$ 100 bilhões.

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Por outro lado, a autoridade monetária não está entrando no mesmo jogo. “Ainda bem que o Banco Central não está tomando o mesmo risco e baixando a taxa de juros mais rápido do que deveria”, diz Torós.

Americanas foi oportunidade

Após o colapso da Americanas (AMER3), as torneiras do crédito se fecharam – pelo menos temporariamente. Lee, head de crédito da Ibiuna Investimentos, fez questão de ressaltar que, apesar do evento, o mercado de crédito brasileiro é resiliente.

“O mercado local ainda é de qualidade e tem taxas de default (calote), no agregado, muito melhores do que em países desenvolvidos”, diz Lee. “Aproveitamos eventos como o da Americanas para comprar empresas de alta qualidade que não conseguíamos antes por conta de preço. Principalmente em setores defensivos, como energia, saneamento e bancos. Mas agora, houve uma separação e grande parte desses ativos de crédito voltou a ter prêmio de risco mais amassado.”

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