O Ibovespa fechou esta quarta-feira com alta de 0,17%, aos 113.607,45 pontos. O giro financeiro do dia foi de R$ 20 bilhões, conforme dados preliminares.
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Confira as principais altas e as principais baixas do dia:
Principais altas
Bancos
Os grandes bancos, que fazem parte dos ativos de primeira linha, forneceram alívio ao índice de referência da B3, que registrou seu primeiro ganho diário em outubro. Bradesco PN puxou os ganhos com +3,38%, seguido das ações ON, a +2,77%. Na sequência, surgiram BTG Pactual (+2,49%), Itaú (+2,29%), Santander (+1,40%) e Banco do Brasil (+0,75%). O índice financeiro (IFNC) subiu 2,09%, maior ganho quando comparado aos outros índices setoriais.
As ações do setor avançaram em meio à expectativa por uma nova modelagem para os Juros sobre Capital Próprio (JCP). Ontem, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que as discussões sobre as mudanças não devem abranger a extinção do JCP. Com essa possibilidade, o sócio e analista da Nord Research, Guilherme Tiglia, avalia que os papéis do Bradesco puxaram os ganhos do setor devido à maior dependência dessa forma de provento para distribuir lucro entre acionistas. “A modificação é uma alternativa mais atrativa do que sua extinção”, disse o analista da Genial Investimentos, Ygor Bastos.
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Yduqs e educação
A ponta positiva do Ibovespa foi disputada entre Yduqs (YDUQ3), CVC (CVCB3) e Locaweb (LWSA3). No entanto, a maior alta foi conquistada pelo ativo de educação, que subiu 7,61%. A valorização da ação e do segmento surgiu após o lançamento pelo MEC e pelo Ministério da Saúde do edital do Mais Médicos, para abertura de novos cursos de medicina. Analistas comentaram que a quantidade de vagas liberadas (5.700 para novos cursos) surpreendeu positivamente, por estar acima do previsto. No setor, Cogna subiu 2,36%, acompanhado por Ser Educacional (+3,00%). Ânima foi a única que destoou, caindo 2,77%, com JPMorgan e C6 liderando as vendas.
CVC, aéreas e techs
CVC foi a segunda colocada no campo azul do Ibovespa. Com alta de 7,53%, as ações foram impulsionadas pela queda de mais de 5% do petróleo. Ativos do segmento aéreo também surfaram no mesmo motivo, com papéis da Gol em alta de 3,65% e Azul, a +3,11%. Na véspera, a CVC havia informado que o Goldman Sachs passou a deter 25.139.776 ações ON de emissão da companhia em derivativos de liquidação financeira, equivalente a 5,66% do total.
As ações da Locaweb ocuparam o terceiro lugar de maior alta, a +7,19%. Para o economista-chefe da Messem Investimentos, Gustavo Bertotti, tanto as ações da Locaweb como as do setor de techs aproveitaram o viés de baixa dos juros futuros, espelhados na trégua dada pelos rendimentos dos Treasuries.
Bertotti, no entanto, não exclui a possibilidade de o papel da Locaweb também passar por um movimento de recuperação após queda acumulada de cerca de 15% nos últimos 30 dias. No setor, Totvs subiu 2,06%, mas acumula perdas na faixa de 4% no período de um mês, até hoje. Fora do índice, Positivo subiu 4,44% e Méliuz, +1,10%.
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Varejistas
As varejistas ganharam respiro com os juros futuros. Com alta de 2,72%, Magazine Luiza (MGLU3) se firmou entre as maiores valorizações, mas não conseguiu recuperar o valor de R$ 2 perdido na véspera, fechando a R$ 1,89. Casas Bahia (BHIA3) encerrou estável.
Arezzo (+6,17%) também se destacou entre as maiores altas, após a elevação da recomendação de neutro para compra pelo JPMorgan, que mencionou se tratar de “uma das empresas com melhor desempenho no setor” e ter, agora, recuperado uma valoração atrativa.
Principais baixas
Commodities
As commodities energéticas praticamente dominaram o pólo negativo do índice. Com pressão vinda da queda do petróleo, Petrobras PN liderou mínimas (-3,97%), seguida de ON (-3,02%). 3R Petroleum caiu 2,93%, Prio (-2,81%) e PetroReconcavo (-2,77%).
Ainda entre as ações de maior peso no Ibovespa, Vale recuou 1,07% e jogou contra o índice de referência da B3. Sem o norte do preço do minério de ferro na China, por conta do feriado da Semana Dourada, a segunda queda consecutiva dessa commodity em Cingapura penalizou os ativos de mineração e siderurgia. “Não há notícias novas sobre Vale que estejam fazendo peso. Como nossa bolsa está pesada e ela tem liquidez acentuada, o papel acaba sofrendo por conta dessa pressão vendedora”, disse o analista da Mirae Asset, Pedro Galdi.
Entre as siderúrgicas, CSN caiu 2,03%, acompanhada de CSN Mineração (-1,69%), Gerdau PN (-1,25%), Metalúrgica Gerdau (-1,30%) e Usiminas (-1,08%). A depreciação dos ativos reflete o desempenho do índice de materiais básicos, que recuou 0,92%, único em queda entre os indicadores setoriais.
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Americanas (AMER3)
Na contramão dos pares do varejo, que ganharam respiro dos juros, Americanas, fora do índice, caiu 2,60%. O movimento refletiu a decisão da empresa, divulgada na noite de ontem, de suspender a prospecção para venda da sua fatia no Grupo Uni.co, alegando que as condições comerciais propostas “não refletem o real valor do ativo”, de acordo com o estrategista de ações da Genial Investimentos, Filipe Villegas. Para ele, a notícia repercutiu negativamente, considerando que “a venda do Grupo Uni.co faria uma entrada de caixa, melhorando seu perfil de endividamento”.
Com colaboração de Amélia Alves, Isabela Moya e Carolina Maingué Pires