- A XP alterou a sua projeção para o dólar no final de 2023, passando de R$ 4,70 para R$ 5,10
- No dia 27 de setembro, a moeda americana conseguiu romper a barreira de R$ 5 e fechar o dia no maior nível desde junho
- Apesar dos ajustes nas expectativas para a taxa de câmbio no curto prazo, a avaliação estrutural da XP para a moeda não foi alterada
A XP alterou a sua projeção para o dólar no final de 2023, passando de R$ 4,70 para R$ 5,10. No relatório “Brasil Macro Mensal”, divulgado nesta terça-feira (5), a corretora afirmou que a revisão leva em conta o movimento de recente depreciação do real, com juros mais elevados nos países centrais e incertezas fiscais domésticas.
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No dia 27 de setembro, a moeda americana conseguiu romper a barreira de R$ 5 e fechar o dia no maior nível desde junho. O movimento acompanhou falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) com sinalizações de que a taxa de juros deve continuar elevada nos próximos meses para conter a inflação no país. Com isso, os Treasuries (títulos públicos americanos) dispararam, com as taxas de 10 anos atingindo os patamares mais elevados desde 2007. Veja detalhes nesta reportagem.
Segundo a XP, o índice DXY – que mede o valor do dólar ante uma cesta de moedas fortes – subiu cerca de 5% nos últimos dois meses, e o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos atingiu o menor patamar em mais de 15 anos (excluindo o período pandêmico).
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Apesar dos ajustes nas expectativas para a taxa de câmbio no curto prazo, a avaliação estrutural da XP para a moeda não foi alterada. Considerando que o câmbio real está desvalorizado para os padrões históricos, a casa segue com a previsão de que o dólar estará entre R$ 4,50 e R$ 5,00 em horizontes mais distantes. Para o final de 2024, estima uma cotação de R$ 4,85, já para 2025, a projeção é de R$ 5.
Em relação aos próximos passos do Fed, a corretora acredita que a autoridade financeira deve voltar a subir a taxa de juros em 0,25 ponto porcentual este ano, em meio aos riscos para o cumprimento da meta de inflação e à alta recente dos preços internacionais de combustíveis. “Os próximos dados econômicos teriam que enfraquecer consideravelmente (e rapidamente) para evitar esta nova alta de juros”, afirmam os analistas da XP.
Em relação ao cenário doméstico, a casa projeta que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduzirá a Selic a um ritmo de 0,50 ponto porcentual por reunião até maio de 2024 e entregará um corte final de 0,25 ponto porcentual em junho, chegando à taxa de 10,00% ao ano. “Acreditamos que a política monetária precisará permanecer restritiva no próximo ano para compensar os efeitos da política fiscal expansionista e garantir a convergência da inflação ao intervalo da meta”, indicam os especialistas.