Os retornos dos Treasuries caíram hoje, em quadro de cautela nos mercados internacionais em geral, diante do conflito entre Israel e o Hamas e seus desdobramentos. Além disso, houve correção após ontem os juros de vencimento mais longo atingirem máximas desde 2007 ontem.
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No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos caía a 5,079%, o da T-note de 10 anos recuava a 4,920% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 5,087%.
Os retornos caíam desde a madrugada de hoje, após as máximas da quinta-feira, quando o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, se pronunciou. Hoje, o movimento de baixa se manteve, inclusive em meio a novas declarações do Fed ainda em foco. A presidente da distrital de Cleveland, Loretta Mester, disse que mais uma alta nos juros pode ser necessária, antes de o pico do aperto ser atingido. Já Patrick Harker (Filadélfia) reiterou que a manutenção de juros é a postura prudente a ser adotar, no quadro atual, e Raphael Bostic (Atlanta) defendeu cautela, descartando cortes nos juros antes de meados de 2024.
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A cautela com o quadro geopolítico também apoiava a busca pela segurança dos Treasuries, na sessão de hoje. Consultor da Remessa Online, André Galhardo citou a decisão da China de manter juros mais cedo como também um fator em foco no mercado de bônus, no dia de hoje. Já na Europa, o juro do bônus de 30 anos do Reino Unido (gilt) atingiu máxima desde 1998, com o aperto monetário contra a inflação também em foco.
A Capital Economics avalia que as condições financeiras dos EUA podem ficar mais apertadas, conforme a economia desacelera e os spreads no crédito aumentam. Na avaliação da consultoria, o aperto do Fed até agora não provocou tanto estrago à economia americana. A Capital acredita que esse peso deve aumentar, desacelerando a atividade no país. Com a economia mais fraca e a queda na inflação, o BC americano deve relaxar sua política monetária no próximo ano, e nesse contexto ela projeta que o juro da T-note de 10 anos recue a 4,5% até o fim de 2023.