As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) começaram a “derreter” após a empresa propor revisão do estatuto social, conforme documento encaminhado ao mercado na manhã desta segunda-feira (23). A ordinária (ON), por exemplo, caía 2,99% por volta das 10h50, enquanto a preferencial desabava 3,51%. A primeira estava cotada a R$ 39,59 e a segunda a R$ 36,52.
Leia também
Acontece que o conselho de administração da petroleira aprovou, por maioria, a submissão de proposta de revisão do seu Estatuto Social à Assembleia Geral Extraordinária (AGE), ainda sem data de convocação. A iniciativa diz respeito à criação de uma reserva de remuneração do capital, bem como a vedação de cobertura do seguro D&O para administradores da companhia nos casos de atos eivados de dolo ou culpa grave.
O movimento visa, ainda, excluir vedações para a indicação de administradores previstas na Lei nº 13.303/2016 consideradas inconstitucionais por meio de Tutela Provisória Incidental na Ação Direta de Inconstitucionalidade 7.331-DF, em curso perante o Supremo Tribunal Federal, bem como explicitar que, para a investidura em cargo de administração, a companhia somente considerará hipóteses de conflito de interesses formal nos casos expressamente previstos em lei.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Outro ponto de inflexão se refere a estabelecer que as Assembleias de Acionistas da companhia só poderão ser realizadas de modo parcialmente digital, ficando assegurado aos acionistas o direito de participarem presencialmente; alinhar dispositivos estatutários à legislação vigente e promover outros ajustes redacionais.
Ação popular contra a petroleira
A petroleira elencou, no documento, que a reserva a ser criada pela AGE, caso a proposta da Administração seja aprovada, terá como finalidade permitir que a administração da Petrobras avalie e submeta à aprovação dos acionistas em Assembleia a constituição de reserva para assegurar recursos para o pagamento de dividendos, juros sobre o capital próprio, suas antecipações, recompras de ações autorizadas por lei, absorção de prejuízos e, como finalidade remanescente, incorporação ao capital social.
Vale lembrar que na última semana o deputado estadual Leonardo Siqueira (Novo-SP) ajuizou ação popular questionando a indicação de três conselheiros da Petrobras pelo governo Lula. Ele alega que o estatuto da estatal foi desrespeitado, em abril, na aprovação de Pietro Mendes, Efrain Cruz e Sergio Rezende para o conselho da empresa.
Também justifica a medida dizendo que as indicações não passaram pelo processo de “headhunters” e disse que, nos três casos, houve parecer contrário do Comitê de Pessoas, do Conselho de Administração e da Comissão de Valores Imobiliários. O parlamentar elencou que os indicados eram filiados a partidos ou cumpriam funções em governos e não cumpriram a quarentena antes de assumir cadeiras no conselho da Petrobras.