Com números positivos, o balanço trimestral do Santander (SANB11) marca um “ponto de inflexão” na qualidade de crédito, que deve ser um gatilho para melhorias sequenciais, apesar de diversas linhas ainda evidenciarem momento desafiador, avaliam os analistas do BB Investimentos. Com essa visão, o banco elevou a recomendação para as ações do Santander de neutro para compra, e o preço-alvo em 12 meses para R$ 33,80, de R$ 27,09.
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Apesar de ainda pressionado, a avaliação do BB é que o Santander “parece estar deixando para trás” o momento mais desafiador do ciclo de alta de Selic, embora ainda esteja com margem financeira baixa.
“Ainda que sinais de vitalidade como crescimento de carteira e margem financeira estejam longe de estelares, acreditamos que a inflexão nos índices de inadimplência conjugada com o ciclo de afrouxo monetário em andamento deve devolver o apetite por crescimento e por um mix mais rentável de crédito ao banco”, ressalta o analista do BB, Rafael Reis, em relatório.
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O banco espanhol, com retorno patrimonial (ROE) de 13% no trimestre ainda tem número aquém de seus pares e o lucro antes dos impostos ainda está “bastante aquém” de seus melhores momentos no Brasil.
Entre os destaques positivos, o BB destaca a melhora na qualidade de crédito, com decréscimo dos índices de inadimplência tanto nos atrasos acima de 90 dias (de 3,3% para 3,0%) quanto para período mais curto, entre 15 e 90 dias (de 4,2% para 4,0%).
Outro ponto positivo destacado pelo BB foi o recuo na despesa com provisão para devedores duvidosos (PDD), de 6% no trimestre e de 9% na comparação anual.
No crédito, o destaque foi o avanço dos empréstimos para pequenas e médias empresas e pessoas físicas, o que evidencia o retorno de “algum apetite” por essas linhas, ponto considerado positivo pelo BB.
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Já a margem financeira ainda se encontra pressionada, em recuo no trimestre ante o segundo período do ano – embora 6,5% maior que no mesmo período de 2022, ressalta o BB. A queda ainda reflete o conservadorismo no crédito, em meio ao temor de piora da inadimplência desde o final de 2021, por causa da elevação dos juros.
“A tesouraria mostrou ligeira melhora, mas ainda contribui negativamente para o resultado”, observa o BB Investimentos.