O fim do ciclo de aperto monetário em economias desenvolvidas e o início do processo de corte de juros nos Brasil trazem diversas oportunidades de investimentos neste final de ano e início de 2024, tanto para a renda fixa, quanto para a renda variável. A avaliação foi feita pela equipe de estratégia de investimentos do Bradesco Asset Management.
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De acordo com Philipe Biolchini, CIO do Bradesco Asset Management, ponderando os riscos com questões fiscais, conflitos geopolíticos, incertezas sobre China e Estados Unidos e empresas sendo obrigadas a mudar sua cadeia de produção, os ciclos de corte de juros sempre trazem grandes oportunidades de investimentos.
“Os ciclos de corte de juros representam oportunidades valiosas na renda fixa. Existe um possível sincronismo de corte de juros no mundo em 2024, e isso pode beneficiar países a frente no processo, como é o caso do Brasil”, explicou Biolchini, durante fala no Fórum Estratégia de Investimentos, organizado pelo Bradesco Asset Management.
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O especialista disse ainda que este é o melhor momento para a renda fixa de curto prazo. Segundo Biolchini, a previsibilidade que o Banco Central consegue dar sobre a trajetória da taxa básica de juros (Selic) aumenta a possibilidade de conseguir uma estratégia de investimentos mais adequada para o que virá pela frente.
Mais cedo, durante o mesmo evento, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que é possível ver pelo menos mais dois cortes de juros, cada um de 0,50 ponto porcentual, nas próximas duas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), em dezembro deste ano e janeiro de 2024.
Bruno Funchal, CEO do Bradesco Asset Management, corrobora essa opinião e diz que os anos de 2022 e 2023 foram de aperto monetário e que 2024 deve ser ao contrário, de afrouxamento da política. “A dúvida é quando os Estados Unidos e a Europa vão iniciar o corte de juros. O Brasil já está no ciclo de corte de juros e isso faz mudar a expectativa de preços dos ativos por aqui. Dado este cenário, como imaginamos que os preços dos ativos vão se comportar?”, questionou Funchal.
A equipe de estratégia de investimentos do Bradesco Asset prevê que os Estados Unidos encerrem 2023 com juros na casa dos 5%, enquanto para 2024 a previsão é de 3,5%. Já para o Brasil, este ano a previsão é de Selic a 9,5%, e para o ano que vem é de 8,5%.
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Sobre a renda variável, Biolchini mostra um levantamento realizado pela equipe que mostra que, na média, historicamente, os últimos cinco ciclos de corte de juros trouxeram uma valorização de 64% para a Bolsa ao longo dos próximos 24 meses. “A Bolsa está passando pela menor atratividade neste momento por parte dos investidores. Temos preços bem deprimidos hoje e nossa visão é que o preço é muito convidativo. A queda de juros é muito favorável para a renda variável”, afirmou.