O Citi rebaixou a recomendação do Carrefour Brasil (CRFB3) de compra para neutra/alto risco, “após o fracasso do terceiro trimestre”, visto que o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do grupo ficou 9% abaixo do esperado pelo banco, que ainda reduziu o preço-alvo de R$ 13,00 para R$ 12,00.
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O rebaixamento considera três pontos principais: trajetória de margem do Carrefour Varejo + Sam’s Club, com perspectivas desafiadoras por riscos na integração de um ativo tão complexo como o Grupo Big e menor inflação alimentar; menor expectativa de vendas para Atacadão/Cash&Carry (C&C); e expectativa de uma Selic ainda elevada no fim de 2024.
“Primeiro, somos mais cautelosos quanto à trajetória de margem do Carrefour Varejo + Sam’s Club (cerca de 30% das vendas do grupo) – por exemplo, o Ebitda do Varejo ficou mais de 30% abaixo do esperado no terceiro trimestre. Em segundo lugar, somos mais conservadores na taxa de crescimento de C&C (Atacadão) devido à menor inflação alimentar esperada para o próximo ano; revisamos nossa estimativa de vendas mesmas lojas (SSS) para o próximo ano para 4,8%, de 6,1%.
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Terceiro, estamos revisando nossos lucros em 19/10% para o próximo ano/2025 devido a margens operacionais mais baixas + despesas financeiras mais altas por conta de taxas de juros mais altas (economistas do Citi esperam Selic (taxa básica de juros da economia) encerrando 2024 em 10%, de 9% anteriormente)”, afirmam os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo, em relatório enviado a clientes.
Com isso, o Citi afirma que o múltiplo do Carrefour ficou mais exigente, em 15 vezes o Preço por Lucro esperado para 2024 (contra 13 vezes do Assai e 9 vezes do Grupo Mateus). Assim, o preço-alvo de R$ 12,00 corresponde a um potencial de valorização de 11,6% sobre o fechamento de terça-feira (7).
O Citi também destaca risco ascendente do setor imobiliário. “A capacidade do Carrefour de monetizar seu considerável banco de terrenos (21 milhões de m²) continua sendo a maior fonte de risco ascendente para o caso, em nossa opinião. Após nossa reunião com a equipe do Carrefour Property, conseguimos avaliar melhor o potencial de monetização desses ativos (R$ 1,5 bilhão de Net Operating Income, NOI, e mais de R$ 20 bilhões de valor geral de vendas, VGV). O momento, no entanto, ainda não é claro e acreditamos agora que esta iniciativa poderá demorar mais tempo a concretizar-se”, dizem Soares e Reboredo.
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