O cobre fechou em queda nesta segunda-feira (27), em meio a preocupações com a demanda. Entretanto, analistas apontam que protestos no Panamá ameaçam apertar a oferta e podem impulsionar os preços do metal.
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Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o cobre para três meses fechou em queda de 0,82%, a US$ 3,7580 a libra-peso. Por volta das 15h (de Brasília), o cobre para três meses recuava 0,89%, a US$ 8.364,50, na London Metal Exchange (LME).
Analista da Marex, Edward Meir observa que esta semana começou fraca para metais básicos, em grande parte por preocupações com demanda ante possível enfraquecimento da economia global. “Mas estamos surpresos com a falta de reação do cobre aos problemas em uma mina da First Quantum, localizada no Panamá. A unidade ainda não está operando por conta de protestos e bloqueios no porto, impedindo o fornecimento de carvão e outras importações essenciais”, destacou Meir.
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Segundo reportagem da Reuters, a First Quantum pretende iniciar procedimentos de arbitragem na justiça contra o governo do Panamá para resolver o impasse. O governo e trabalhadores da mina afirmam que o contrato previamente acordado “favorece demasiadamente a mineradora canadense”, considerando que a produção da mina refletiria 5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e cerca de 1% da produção global de cobre. Nos cálculos da Marex, a produção da First Quantum poderia alcançar cerca de 4% do total global, conforme dados de 2022.
Além do aperto na oferta, analistas da Nanhua Futures avaliam que os preços do cobre serão impulsionados nesta semana pela melhora no sentimento dos mercados asiáticos, com a alta no lucro industrial da China sugerindo mais atividade no setor de construção. A Nanhua observa também que a mineradora chilena Antofagasta e fábrica de fundição chinesa Jinchuan concordaram em baixar taxas de tratamento e refinamento do metal, o que deve ampliar a demanda por minério de cobre.
Ainda no radar, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC, pela sigla em inglês) da China anunciou hoje que está conduzindo uma pesquisa de preço entre várias commodities, incluindo aço, minério de ferro, lítio, entre outras. O objetivo é manter o mercado saudável, segundo o órgão, após intervenções para evitar movimentos especulativos.
Em relatório, o Bank of America (BofA) projeta que metais como cobre e alumínio terão performance impulsionada em 2024, conforme bancos centrais cortem as taxas de juros e a transição energética continue.
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No horário citado acima, na LME, a tonelada do alumínio baixava 0,58%, a US$ 2.212,00; a do chumbo recuava 1,11%, a US$ 2.162,00; a do níquel caía 0,37%, a US$ 16.065,00; a do estanho desvalorizava 4,68%, a US$ 23.000,00; a do zinco subia 1,46%, a US$ 2.522,50.