OIbovespa hoje subiu 0,92%, aos 127.331,12 pontos, e com volume negociado de R$ 28,7 bilhões. O dia foi marcado pela divulgação dos dados de inflação dos EUA (PCE), com leve alta de 0,2% em outubro, resultado dentro do esperado e não fez peso. Esse é um número importante que serve de termômetro para decisões do FED sobre juros nos EUA, além de ser um dos indicadores que o BC olha de perto.
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“Vejo que a estabilidade observada no PCE, juntamente com outros indicadores econômicos, sugerem que a inflação está se acalmando, mas ainda não no patamar que justificaria uma mudança imediata e significativa na política monetária”, disse Lucas Almeida, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital ao Broadcast. O cenário mantém os investidores em estado de expectativa, monitorando de perto as próximas movimentações do FED, com cuidado.
Para dezembro, a atenções se voltam para relatório Payroll dos EUA em relação à resiliência no mercado de trabalho, que poderá influenciar a direção da política monetária do Federal Reserve e pautar o tom do comunicado após decisão do FED sobre as taxas de juros. No Brasil há expectativa pelo comunicado do Copom, com o mercado apostando por mais uma queda de 0,50 p.p na Selic.
“As negociações no último mês do ano serão influenciadas por dados macroeconômicos e corporativos”, completa o especialista. Após a expressiva alta de novembro, é esperada uma correção do Ibovespa, índice que está próximo da resistência técnica de 130 mil pontos.
Juros operaram de forma mista nesta quinta (30), refletindo os dados de cenário doméstico. O foco foi a nova proposta para mudar as regras do Juros Sobre Capital Próprio (JCP). Segundo apuração do Broadcast Político, a medida busca um meio termo entre a manutenção total e a revogação absoluta do mecanismo, como previsto inicialmente. Ainda de acordo com a minuta obtida pelo Broadcast, o governo propõe o aumento de 15% para 20% na cobrança de Imposto de Renda sobre dividendos recebidos pelos acionistas.
O mercado também digere notícias relacionadas ao cenário fiscal. O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), confirmou que vai liberar até hoje à noite o julgamento que discute as regras para o pagamento de precatórios, conforme antecipado na segunda-feira pelo Broadcast. Já há maioria de votos para autorizar o governo a quitar o estoque de R$ 95 bilhões em precatórios ainda neste ano.
Em Nova York, S&P 500 e Dow Jones subiram 0,38%, e 1,47%, enquanto Nasdaq caiu -0,23%. O dólar subiu 0,57% frente ao real na sessão, aos R$ 4,91. Já o euro caiu -0,3% no período, aos R$ 5,35.
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As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Marfrig (MRFG3), Braskem (BRKM5) e Klabin (KLBN11).
Confira o que influenciou no movimento dos ativos:
Marfrig (MRFG3): -6,54%, R$ 9,72
Após liderar por dois dias seguidos os ganhos do Ibovespa, Marfrig caiu 6,54%. Papel foi penalizado pela maior exposição aos Estados Unidos que, segundo o analista Carlos Soares, da Mirae Asset, é “ponto de atenção”, em função do quadro desfavorável de disponibilidade de animais. Fechou o dia a R$ 9,72.
A MRFG3 está em alta de 50,46% no mês. No ano, acumula uma valorização de 12,37%.
Braskem (BRKM5): -6,45%, R$ 19,13
As ações da Braskem aprofundaram queda de 6,45%, após passarem por leilão para a divulgação de fato relevante. No documento, a companhia diz que foi deferida tutela de urgência, pedida em ação civil, sobre o evento geológico de Alagoas. O valor atribuído à causa pelos autores da ação é de R$ 1 bilhão. Prefeitura de Maceió decretou estado emergência. Fechou a R$ 19,13.
A BRKM5 está em alta de 19,04% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 19,49%.
Klabin (KLBN11): -3,67%, R$ 22,57
A Unit da Klabin recuou 3,67% com investidores acompanhando o Investor Day da companhia e digerindo as estimativas de investimentos de R$ 4,5 bilhões para 2023 e R$ 4,5 bilhões para 2024. Fechou o dia sendo negociada a R$ 22,57.
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A KLBN11 está em alta de 5,47% no mês. No ano, acumula uma valorização de 19,48%.