Os investimentos em infraestrutura no Brasil ganharam “outro BNDES” (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) nos últimos cinco anos com as aplicações de fundos e investidores, na avaliação de Aymar Almeida, sócio e gestor de infraestrutura da Kinea Investimentos. Para a gestora, o segmento segue com um cenário “muito promissor” para 2024.
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“Nos últimos cinco anos, a quantidade de investimentos em infraestrutura de pessoas físicas e fundos já é do tamanho do total desembolsado pelo BNDES. Então o Brasil ganhou ‘outro BNDES’, este que tem sido o grande financiador de infraestrutura no Brasil nos últimos 20 anos. Já é importante”, afirmou Almeida, durante participação em um podcast da Kinea, ao qual o Broadcast Investimentos teve acesso antecipado.
Almeida destaca que o investimento em infraestrutura no País é inferior ao necessário para modernização e regulação de deterioração do setor. “O Brasil deveria destinar cerca de 4% a 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB) para infraestrutura, porém, tem investido apenas metade disso ao longo de duas décadas”, diz. “Há uma demanda reprimida muito grande.”
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Esse cenário cria oportunidades para os investidores, segundo o gestor. Ele diz que, na Kinea, os fundos olham para segmentos como estradas, energia e saneamento. “Vimos o segmento amadurecer especialmente no setor de energia, mas já se observa o destaque de outros segmentos nos últimos três anos, como é o caso do saneamento, a partir da aprovação do Marco do Saneamento em 2020 e das condições específicas ao Brasil”, afirma Almeida.
Sobre essas condições, o gestor destaca que metade da população não possui coleta de esgoto e que cerca de 35 milhões de brasileiros não têm acesso a água potável. “Nós temos ‘um Canadá’ dentro do Brasil que não bebe água potável”, ilustra.
E como os investidores podem aproveitar essa oportunidade no setor de infraestrutura? “Sendo financiadores, com a compra de debêntures incentivadas ou entrada em fundos de participações”, diz Almeida. Na Kinea, ele diz haver preferência por debêntures de empresas com baixo risco de crédito e operações de financiamento que ofereçam proteção contra perdas.
A Kinea possui R$ 6 bilhões de ativos sob gestão nos fundos de investimento imobiliário (FIIs) Infra, entre o fundo aberto (KDIF11) e veículos exclusivos. Há também investimentos em private equity, como na Argo (transmissão de energia), ContourGlobal (geração de energia) e Corsan (saneamento), nos quais a gestora não abre os valores. No total, o time de infraestrutura já conduziu transações somando mais de R$ 25 bilhões em ativos.
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