Carlos Constantini, diretor de wealth management & services Itaú Unibanco (ITUB4), projeta um 2024 mais positivo para o mercado, especialmente para a indústria de fundos. Na visão dele, “a saída de fluxo que vimos esse ano não deve se repetir”.
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Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), essas aplicações perderam R$ 63,4 bilhões entre janeiro e novembro. Somente a classe de multimercados, a mais afetada pelos resgates, perdeu R$ 99,1 bilhões no período.
“Foi um ano muito atípico e estamos muito felizes porque está terminando muito melhor do que começou. Temos fundos se destacando nesse fim de ano”, afirmou Constantini, em coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (15).
WMS do futuro
Constantini também traçou as principais tendências da área de WMS do Itaú Unibanco, que possui R$ 2,2 trilhões em AuC (Ativos Sob Custódia) e cuida de toda a jornada do cliente. Isto é, a gestão, originação e distribuição de ativos, investment services, conteúdo e educação e soluções de investimento. “A era de vender produtos de investimento está chegando ao fim”, diz o diretor.
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A nova era da WMS é o oferecimento de soluções integradas de investimentos. “Ou seja, (o cliente) não está comprando um CDB ou um fundo, está comprando uma carteira completa de investimetos.”
Um grande catalisador, na visão de Constatini, dessa mudança no mercado brasileiro é o avanço da inteligência artificial aplicada aos investimentos. Por meio desta tecnologia, as instituições serão capazes de ofertar carteiras customizadas aos clientes. “Estamos obececados (pelas possibilidades com IA)”, afirma Constantini. “Está todo mundo tentando ver o que é possível aplicar inteligência artificial (IA). E é espetacular o que se pode fazer de hipercustomização”, diz.
De acordo com o diretor, há três grandes impactos do IA no mundo dos investimentos: a primeira é a geração de “alpha”, ou seja, o uso dentro das gestoras de ativos; a segunda é entender quais empresas serão beneficiadas ou prejudicas pela IA – e isso será importante para a tomada de decisão dos investidores; e a melhora da experiência e jornada de distribuição, de forma personalizada – um dos principais objetivos do Itaú no momento. “O céu é o limite, é tudo para melhorar para o cliente. Serão os clientes os grandes vencedores”, afirma Constantini.
Transparência
As novas normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), como a CVM 175 e 179, dividiram opiniões no mercado. Essas regulações definem, entre outras obrigações, a discriminação aos investidores das remunerações de todos os agentes do mercado em cada produto financeiro oferecido.
Esta obrigação incomodou principalmente os agentes autônomos, que terão suas comissões expostas. Contudo, Constantini é taxativo em relação ao assunto. “A transparência é bem vinda e necessária. É claro que os arranjos devem ser bem feitos, você precisará mostrar como cada elo está sendo remunerado e isso pode causar algum estranhamento em um primeiro momento. Entretanto, no mundo todo, o cliente que passou a entender o quanto está pagando e passa a dar valor no mercadoo, sai ganhando. O rebate não é uma prática muito boa, cria conflitos de interesse”, diz o diretor.
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