Os games de apostas conhecidos como “Jogo do Tigrinho” e o anterior “Jogo do Aviãozinho” se popularizaram no Brasil com promessas de altos rendimentos em prazos curtos e aplicações baixas, utilizando de um design para atrair os usuários em formato parecido com os de cassinos. No entanto, a divulgação desses jogos que parecem inofensivos tem ultrapassado alguns limites e levanta a preocupação com casos de usuários viciados nestas plataformas e até mesmo golpes.
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Na última segunda-feira (17), o Ministério Público de São Paulo (MPSP) recebeu uma denúncia de que influenciadores digitais mirins de cinco Estados, entre eles crianças de 6 e 7 anos, estavam sendo pagos para fazer propaganda desses cassinos de apostas virtuais. A legislação proíbe o compartilhamento desses conteúdos para menores de 18 anos.
Segundo um levantamento realizado pela equipe do Estadão, esses perfis faziam publicações frequentes de conteúdos publicitários nas redes sociais mostrando como funcionam os jogos e os ganhos obtidos a partir deles. Em alguns casos, os influenciadores ofereciam dinheiro em troca do cadastro dos seguidores em uma plataforma específica.
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Esse tipo de divulgação pode levar os interessados a cair me fraudes, aumentando a insegurança financeira liderada pelas plataformas de apostas. Em entrevista para esta matéria do Estadão, uma família de Sorocaba-SP revelou que um dos filhos ganhou R$ 2.460 e a nora R$ 1.600 no “Jogo do Tigrinho”, mas não conseguiram sacar o montante. Eles depositaram mais dinheiro em troca do saque, influenciados pelos golpistas, até que suas contas foram permanentemente bloqueadas.
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Alguns conteúdos divulgados para atrair apostadores falam de tais jogos como meios de investimento. Mas será que eles podem ser classificados como tal? Esta reportagem do Bora Investir, portal da B3, mostra a resposta.
Ambos não oferecem uma garantia de retorno, assim como uma lógica para o aumento do valor inicial investido. Ou seja, isso significa que o ganho depende da aleatoriedade e da sorte, o que os caracteriza como jogos de azar, ilegais no Brasil. Já as casas de apostas on-line, chamadas “bets”, são legais aos olhos da lei e sua regulamentação está em trâmite no Congresso Nacional.
Jogo do Tigrinho
No Fortune Tiger, chamado popularmente de “Jogo do Tigrinho”, o usuário busca ser contemplado, de forma aleatória, com uma combinação de três figuras iguais nas três fileiras que aparecem na tela. Como ele foi desenvolvido para a internet, recebe a classificação de cassino on-line.
A polícia civil, porém, realizou recentemente uma operação que investiga o uso do Fortune Tiger para golpes e fraudes.
Jogo do Aviãozinho
Na plataforma Blaze, conhecida como “Jogo do Aviãozinho”, o jogador escolhe a quantia que quer apostar e, conforme o avião sobe, o valor se multiplica. Assim, quanto mais alta a posição do avião, mais dinheiro.
O usuário assiste a um avião em decolagem e o jogo acontece de dois modos: automático ou manual. Caso escolha o modo automático, uma altura será predefinida antes da decolagem – o avião chegará ao número e, se não explodir antes, os ganhos são liberados.
No entanto, caso escolha o modo manual, ele segue os movimentos da aeronave e precisa pressionar o botão de saída antes que a palavra “crashed” surja na tela. Se não conseguir, perde dinheiro.
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Para diferenciar investimentos de jogos de azar é necessário compreender que esses jogos não demonstram lógica para quem aporta o dinheiro e seus resultados são baseados em mecanismos aleatórios e de sorte.
Os investimentos, por sua vez, sejam de renda fixa ou renda variável, apresentam uma lógica e previsões de rendimentos, sejam eles fundamentados em juros, lucros e histórico de empresas ou demanda de compra e venda.