A agência de classificação de risco Fitch revisou de estável para negativa a perspectiva da nota de crédito do Bradesco (BBDC4), mas manteve o rating em BB+. De acordo com a casa, a mudança na perspectiva é fruto de uma piora acima do esperado na qualidade dos ativos e na rentabilidade do banco.
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O diretor Jean Lopes afirma que o Bradesco teve um aumento significativo na inadimplência dos empréstimos de varejo, em especial em linhas sem garantias destinadas ao público de baixa renda.
“Isso teve um impacto adicional sobre os índices de qualidade de ativos do banco, que já haviam sido negativamente atingidos por uma perda específica no segmento corporativo”, diz Lopes, em relatório enviado a clientes. O caso é o da Americanas (AMER3), da qual o Bradesco é o maior credor, com cerca de R$ 5 bilhões a receber.
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“O Bradesco já está tomando medidas significativas para melhorar seus índices. No entanto, a Fitch espera que as despesas gerais do banco ainda aumentem em 2024, e que uma recuperação material dos resultados só começará a aparecer em 2025”, afirma a agência.
Por outro lado, Lopes diz que o banco tem um negócio diversificado e um balanço sólido. “O Bradesco continua apresentando índices adequados de cobertura, de 155% nos atrasos acima de 90 dias, e de 69% em empréstimos baixados a perda em setembro”, escreve.
A expectativa é que o banco tenha a qualidade de ativos ainda pressionada em 2024, com ajustes nas métricas de concessão e controle e um retorno do crescimento do crédito provavelmente a partir de 2025.