O mercado acompanha nesta sexta-feira (22), último dia do calendário legislativo no País, a votação do Orçamento de 2024 às 11 horas no Congresso. A peça conta com as receitas extras do projeto de lei das apostas esportivas, aprovado durante a madrugada, e equaciona valores do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e emendas de comissão.
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No exterior, a inflação pelo índice de preços dos gastos com consumo (PCE, em inglês) dos Estados Unidos volta a movimentar as apostas em redução dos juros americanos, que aumentaram com dados fracos da economia do país. Na manhã desta sexta-feira, a precificação era de 85% de chances de corte em março e divisão entre -150 pontos-base (36,5% de chances) e -175 pontos-base (36,4% de chances) até fim de 2024.
As oscilações no mercado internacional são comedidas, enquanto os investidores aguardam a divulgação dos dados de novembro do PCE, métrica de inflação preferida do Federal Reserve (Fed, banco central estadunidense).
Nesse ambiente, os futuros dos índices de ações de Nova York operam com viés de baixa, ao passo que os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) também recuam. Por lá, a questão é saber se a inflação do mês passado reforça a aposta majoritária de que o Fed dará início aos cortes de juros em março de 2024.
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Na Europa, as bolsas oscilam perto da estabilidade. Na região, os destaques do dia ficam por conta de dados econômicos, como o Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido, que encolheu.
O sinal de baixa também prevaleceu no fechamento das bolsas asiáticas, mesmo com as expectativas por novos estímulos à economia chinesa. Pesaram na China temores de que o governo promova um certo ao setor privado, após a divulgação de regras relacionadas a jogos on-line.
O dia é de altas no mercado de commodities. O minério de ferro fechou em alta de 3% em Dalian, na China, e os contratos futuros do petróleo avançam.
No Brasil
O avanço da pauta econômica no Congresso e a alta das commodities na manhã desta sexta-feira têm potencial para garantir mais um pregão de ganhos na B3, a Bolsa brasileira, que ontem voltou a renovar recorde nominal no fechamento, acima dos 132 mil pontos.
Já os mercados de câmbio e juros tendem a manter o compasso de espera pelo PCE dos EUA, que pode alterar o rumo das taxas dos Treasuries e a relação do dólar com outras moedas pelo mundo.
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Depois das aprovações de ontem no âmbito Legislativo, as atenções se voltam à votação conjunta do Orçamento de 2024, última pauta relevante do ano no Congresso, que entra em recesso.
A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou o texto da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024 com um corte de cerca de R$ 7 bilhões nas despesas do PAC. A desidratação ocorreu para turbinar o valor das emendas parlamentares – cerca de R$ 50 bilhões, recorde.
Agenda
A agenda desta sexta-feira traz a divulgação dos dados sobre a renda pessoal e gastos com consumo nos Estados Unidos, incluindo o índice PCE, medida preferida de inflação do Federal Reserve, referentes a novembro (10h30).
No Brasil, o Congresso Nacional terá sessão conjunta para votação do Orçamento de 2024. E o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recebe jornalistas que cobrem economia nesta sexta-feira em café da manhã.