O Itaú BBA diz que continua “cautelosamente otimista” com o setor de educação e que mantém preferência pela Ânima (ANIM3) (devido ao valuation) e Yduqs (YDUQ3) (pelo bom momento operacional e execução), após atualizar sua cobertura em 2024.
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“O setor de educação se destacou como um dos melhores desempenhos na Bolsa de Valores no ano passado, diante das expectativas iniciais de incentivos governamentais ao ensino superior, que despertaram o entusiasmo dos investidores. Embora estas mudanças previstas não tenham se concretizado em 2023, os resultados, com Yduqs sendo a companhia com melhor desempenho, começaram a melhorar”, escrevem os analistas Vinicius Figueiredo, Lucca Generali Marquezini e Felipe Amâncio.
O banco destaca o anúncio do programa Mais Médicos III, que deverá ampliar significativamente a capacidade dos cursos de medicina em 25% nos próximos anos. Segundo os analistas, isto levanta questões sobre o equilíbrio entre o crescimento do volume e potenciais pressões sobre o tíquete das empresas.
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“Para nos aprofundarmos nisso, conduzimos uma análise de sensibilidade, que sugere que isso poderia aumentar nossa estimativa de Ebitda para companhias como Afya (AFYA), Ânima e Yduqs em 6%, 5% e 2%, respectivamente, em 2032. Por outro lado, a decisão de que a autorização de novas vagas médicas por meio de liminares deverá atender aos requisitos estabelecidos pelo Mais Médicos III proporciona algum alívio no que diz respeito ao aumento de capacidade nas cidades maiores, ponderam Figueiredo, Marquezini, e Amâncio.
Em relação ao programa de financiamento estudantil (Fies), o ministro da Educação apenas deu a entender a intenção de apoiar 100 mil beneficiários por ano, o que não é uma mudança significativa em relação à oferta atual, pontua o BBA. Porém, nenhuma mudança oficial foi anunciada ainda.
“Considerando as preocupações do ministro sobre a qualidade da educação no Ensino à Distância (EAD), parece improvável que esta modalidade seja incorporada em qualquer programa de expansão. Além disso, a decisão do Ministério da Educação de suspender novos cursos de EAD para determinadas disciplinas e instituições com classificações de qualidade inferiores continua representando um risco para a modalidade de EAD.
A nosso ver, uma eventual alteração no subsídio dos cursos de pedagogia e licenciaturas (licenciaturas para formação de professores) ainda está pendente para 2024. Nesse cenário, empresas com elevada exposição à educação presencial poderão ser beneficiadas”, ponderam os analistas.
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“A menos que haja mudanças regulatórias, o EAD provavelmente experimentará um crescimento sólido na captação, com um desempenho mais lento no tíquete médio, enquanto a educação presencial poderá ver um declínio nos volumes, mas ainda mantém o ritmo da inflação”, completam.
Além disso, o Itaú espera que a alavancagem operacional e uma taxa de juros mais moderada se traduzam numa melhoria do fluxo de caixa para as empresas do setor educacional em 2024.