O JPMorgan elevou a recomendação da Latam Airlines de neutra para overweight (equivalente a compra). A mudança segue a incorporação dos recentes guidances (números divulgados pela própria companhia referentes ao resultados esperados para determinado período) anunciados para o ano de 2024. Em relatório, o banco enfatiza que o ambiente para o setor de aviação na região da América Latina continua favorável, com a maioria das empresas planejando expandir sua capacidade em meio a rendimentos historicamente elevados.
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Copa segue como a Top Pick (preferência) do banco de investimentos entre as companhias aéreas latino-americanas, com recomendação de compra. Apesar da pressão de curto prazo devido à exposição a modelos Boeing 737 MAX 9 – aproximadamente 20% de sua frota foi temporariamente retirada de operação após um acidente no Alasca no fim de semana -, o JPMorgan espera que esse impacto seja breve.
Apesar dos desafios enfrentados pelos fabricantes de aeronaves na entrega pontual de novas aeronaves de última geração, as transportadoras latino-americanas conseguiram compensar parcialmente essa situação estendendo acordos de locação, diz o banco. A queda de quase 25% no preço do combustível de aviação desde o pico em setembro também é destacada como um fator positivo.
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No que diz respeito às companhias aéreas brasileiras, a preferência da casa recai sobre a Azul (AZUL4), com overweight, equivalente a compra, em detrimento da Gol (GOLL4), com underweight, equivalente a venda.
A Azul concluiu seu gerenciamento de passivos em 2023 e demonstrou métricas operacionais sólidas, na visão do JPMorgan, que espera um aumento de 10% na capacidade da companhia aérea em 2024, com manutenção dos rendimentos, resultando em um aumento de 17% no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em relação ao ano anterior. “A estimativa de valuation atrativo de 4,7 vezes o múltiplo EV/EBITDA esperado para 2024, abaixo da média pré-pandêmica, justifica um preço-alvo para dezembro de 2024 com um potencial de valorização de 146%”, diz o relatório.
Em contrapartida, a Gol ainda está em processo de negociação de acordos de locação, apresentando maior incerteza em sua situação financeira em comparação com seus pares, na visão do banco. “Embora a empresa deva manter um desempenho operacional sólido, não se descarta uma diluição adicional de capital como parte de seu gerenciamento de passivos”, pondera a casa.