O Itaú BBA elevou a recomendação de Carrefour (CRFB3) para outperform (equivalente a compra), com preço-alvo de R$ 16,00 (potencial alta de 37% sobre valor atual), colocando a empresa como a favorita no setor de varejo de alimentos. O banco acredita que o ímpeto operacional da Carrefour se beneficiará da reversão da tendência deflacionária nos alimentos observada em 2023. Além disso, na visão da casa, a empresa parece imune ao debate sobre o ICMS, o que poderia impor pressão fiscal à maioria das empresas do varejo.
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Outro ponto positivo, diz o BBA, é a adoção de uma estratégia mais racional de alocação de capital, com foco na conversão de hipermercados em formatos mais bem-sucedidos. O banco destaca a depreciação significativa atual do lucro da empresa, que poderia ser impulsionada de forma desproporcional por notícias operacionais positivas.
Quanto ao setor, o relatório antecipa tendências positivas devido à retomada da inflação alimentar. A equipe macroeconômica prevê que a inflação alimentar se torne positiva ano a ano a partir de janeiro de 2024, potencialmente impulsionando o ímpeto de curto prazo.
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No entanto, o banco pondera que há desafios operacionais, principalmente relacionados à integração do Big. “A companhia está enfrentando desafios no segmento de hipermercados, com planos para converter 40 hipermercados nos próximos três anos, fechar lojas com desempenho abaixo do esperado e monetizar o imóvel associado”, acrescenta.
O desembolso de caixa para o projeto de conversão de lojas foi concluído, com foco agora na maturação das lojas Atacadão convertidas. Além disso, a administração do Carrefour se comprometeu a oferecer melhores tendências de fluxo de caixa em 2024, principalmente através de menor capex, melhores tendências de capital de giro e potencialmente menores custos da dívida, pontua o relatório.
A análise do banco sobre o retorno sobre o investimento de três anos sugere uma saída decente de 10 vezes o P/E avançado de 12 meses até 2026, alinhada com o custo de capital. Um cenário otimista indica um retorno interno de 18% em três anos.
“Possíveis fontes de crescimento incluem a expansão contínua de C&C, uma possível separação do braço imobiliário da empresa, avanços favoráveis ao crescimento do volume/lucratividade devido à menor exposição ao ICMS em comparação com seus pares diretos e a amortização do goodwill e créditos fiscais do Big (pouco provável a curto prazo)”, elencam os analistas Thiago Macruz, Maria Clara Infantozzi, Victor Rogatis, Clara Lustosa e Kelvin Dechen.
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