O Itaú BBA elevou a recomendação da Companhia Siderúrgica Nacional, a CSN (CSNA3), de venda para neutro, em função da presença de resultados mais fortes em todos os níveis, mas com destaque para o mercado de mineração. Segundo o banco, os preços mais elevados do minério de ferro vão compensar os volumes mais baixos negociados, enquanto que no setor siderúrgico, os custos foram menores.
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O preço-alvo da casa para as ações da CSN foi de R$ 20,00 para 2024, o que representa um potencial de valorização de 11,9% ante o último fechamento. O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) da siderúrgica esperado pelo banco no quarto trimestre de 2023 foi de R$ 3,475 bilhões, com uma margem Ebitda de 29,9%, acima dos 25,3% registrados no trimestre anterior.
“O desempenho mais forte deverá ser impulsionado por resultados sólidos na divisão de Mineração, ajudados principalmente por uma melhoria nos preços realizados do minério de ferro”, informou o banco em relatório.
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O Itaú acrescentou que na divisão de siderurgia haverá um aumento de 65% em relação ao trimestre anterior, principalmente devido a custos menores. “Os resultados dos demais negócios da CSN provavelmente mostrarão uma melhoria sequencial, ajudados por resultados mais fortes na divisão de cimento”, disse.
Setor
O banco vê uma recuperação para o setor, com exceção da Gerdau (GGBR4), que deve reportar resultados mais fracos no intervalo sequencial em todas as divisões de negócios e será prejudicada pela redução das margens (diferença entre o custo de produção e preço de venda).
O Itaú espera uma queda de 40% do Ebitda da Gerdau no intervalo trimestral. Avaliando as operações na América do Norte, o banco indica que haverá redução no volume de vendas e aço e nos preços. Já no Brasil, haverá contração devido a preços e volumes mais baixos.
“Espera-se que as margens no Brasil diminuam 4,1 pontos percentuais (de 13,1% para 9%) em relação ao trimestre anterior, prejudicadas por um mix mais fraco (mais exportações) e preços domésticos mais baixos do aço”, acrescentou o banco, que prevê um Ebitda de R$ 2 bilhões para a companhia no quarto trimestre de 2023.
Com relação à Usiminas (USIM5), o banco espera uma melhora sequencial nos resultados, embora ainda mantendo um nível “fraco”. O banco prevê um Ebitda de R$ 80 milhões, alta de R$ 100 milhões no intervalo trimestral.
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“A recuperação nos resultados deve-se principalmente aos resultados mais fortes na divisão de mineração, que devem mais do que compensar os resultados negativos (embora melhores em termos trimestrais) na divisão de aço”, disse.
Vale
Com relação à mineradora Vale (VALE3), o Itaú BBA afirmou que espera resultados sequencialmente mais fortes. A empresa será beneficiada por um desempenho mais forte na divisão de minérios ferrosos, informou o banco, que prevê um Ebitda de US$ 6,5 bilhões, o que representa um alta de 45% no intervalo sequencial e 30% na comparação anual.
“Esperamos um aumento sequencial no Ebitda na divisão ferrosos, principalmente devido a maiores volumes e preços realizados mais fortes. Projetamos embarques de minério de ferro de 89 milhões de toneladas para o quarto trimestre de 2023 (aumento de 8 milhões de toneladas ante o trimestre imediatamente anterior), ajudados pela melhor sazonalidade”, afirmou o banco.
De acordo com o banco, a métrica dos preços realizados do minério no quarto trimestre de 2023 devem subir US$ 17 a tonelada na comparação sequencial, atingindo um patamar de US$ 122 a tonelada, em função do mercado à vista estar negociando o produto em níveis mais altos e ao impacto positivo dos mecanismos de precificação adotados pela companhia no trimestre.
“Espera-se que o custo monetário por tonelada entregue na China permaneça sequencialmente estável”, acrescentou o BBA.
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