A quarta-feira (17) começa ainda em meio a um sentimento de maior aversão ao risco no exterior. Os investidores ainda repercutem o discurso do diretor do Federal Reserve (Fed, o banco central estadunidense), Christopher Waller, sinalizando que a autoridade monetária fará três cortes de 0,25 ponto percentuais (p.p) na taxa básica até dezembro, bem menos do que o mercado precifica atualmente.
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Além de repercutirem a fala do diretor do Fed, os investidores se decepcionaram com novos dados vindos da China – que poderia servir como um anteparo para um cenário de desaceleração global dos juros.
Dessa forma as bolsas europeias registram quedas superiores à 1%, assim como é negativa a tendência para os índices futuros em Nova York. O dólar, por sua vez, exibe viés de alta ante seus pares globais, enquanto os contratos futuros do petróleo recuam mais de 1% nesta manhã, após um desempenho misto ontem e o minério de ferro caía 0,75% na madrugada em Dalian, cotados a US$ 128,75 por tonelada.
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Com esse quadro externo negativo é improvável que os ativos locais apresentem desempenho destacado na sessão. Além disso, as discussões em torno da reoneração da folha de pagamentos seguem no foco e devem limitar o apetite dos investidores por aqui também.
Agenda econômica
Brasil: As vendas do varejo restrito e ampliado em novembro serão divulgadas logo cedo (9h). Antes, saiu o Índice Geral de Preços (IGP-10) de janeiro (8h). Entre os eventos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reúne-se com a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck (14h) e com o ministro do Empreendedorismo, Márcio França (15h).
EUA: São esperados os dados sobre as vendas no varejo (10h30) e produção industrial (11h15) em dezembro, além do Livro Bege do Federal Reserve durante a tarde (16h). Três dirigentes do Fed participam de eventos: o vice-presidente de Supervisão Michael Barr (11h), a diretora Michelle Bowman (11h) e o presidente da distrital de Nova York, John Williams (17h).
Europa: No Fórum Econômico Mundial, em Davos, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, participa de painel (12h15). Mais cedo, a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro acelerou para 2,9% em dezembro, ante 2,4% em novembro, confirmando as expectativas. No confronto mensal, o CPI do bloco subiu 0,2% em dezembro, também como esperado.
China: O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 5,2% no ano passado. No quarto trimestre, a variação também foi de 5,2%, na comparação com igual período do ano passado. O resultado trimestral coincidiu com as estimativas e representa uma aceleração em relação ao terceiro trimestre, quando o PIB avançou 4,9%, na mesma base de comparação. Na comparação com o trimestre anterior a alta foi de 1%.
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O desempenho do PIB chinês em 2023 havia sido antecipado pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang, em discurso no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, ontem, quando destacou que o resultado superou a meta oficial de avanço do PIB para 2023, de cerca de 5%.
Além disso, a produção industrial do país cresceu 6,8% em dezembro, ante igual mês do ano passado, superando a expectativa de expansão de 6,5%. O desempenho também foi levemente melhor do que a alta registrada no mês anterior, de 6,6%. Por outro lado, as vendas no varejo avançaram 7,4% na comparação anual de dezembro, frustrando a expectativa de 7,7% de alta.
O resultado do último mês do ano representa uma desaceleração ante novembro, quando houve expansão de 10,1%. Na comparação mensal, a produção industrial da China subiu 0,52%. As vendas no varejo cresceram 0,42% em dezembro em relação a novembro
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